sábado, 23 de março de 2013

TENDÊNCIAS HOMOSSEXUAIS



Nem sempre é possível identificar à primeira vista o homossexual. Isto porque a identificação dependerá da postura física e psicológica adotada pela pessoa. É possível que um homem com trejeitos femininos e uma mulher com atitudes masculinas não tenham qualquer tendência a homossexualidade.
                     Os psiquismos masculino e feminino do ser humano podem influenciar a libido a ponto de causar a homossexualidade. Depende da vontade do indivíduo.
                     Não é possível para o homossexual atingir o pleno equilíbrio psicológico e afetivo. Pelo menos, enquanto perdurarem as causas psicológicas do desvio. De toda maneira é difícil vencer o problema, mas nunca impossível. Se for fruto de condicionamentos na infância, é bem mais fácil.
                     A homossexualidade não está relacionada às faculdades intelectuais. O fator inteligência não influi, tanto que com toda a inteligência o portador da homossexualidade pode acabar perdendo o brio e o auto-respeito, deixando-se levar pela promiscuidade. O fato de alguns homossexuais serem portadores de acentuado grau de inteligência não vincula a homossexualidade com o desenvolvimento intelectual, porquanto a maioria dos homossexuais não tem alto grau de inteligência nem racional, nem emocional e nem inteligência moral.
                     O indivíduo poderá passar por alguma experiência homossexual sem nunca ter sido portador da homossexualidade. No entanto, o condicionamento psicológico que determinará o desvio da libido vai depender da sua vontade e da sua condição moral.
                     Em alguns indivíduos, problemas congênitos associados a atrofiamento do órgão genital podem casar a homossexualidade. A simples saturação das relações heterossexuais não é fator para causar a homossexualidade, nem deflagrar algo que não faça parte do indivíduo.
                     Na maioria dos casos os homossexuais passaram pela bissexualidade. Segundo dados estatísticos, é mais fácil para o bissexual do que para o homossexual atingir a heterossexualidade plena. Mas isto dependerá do esforço e da condição psicoemocional de cada um, mas principalmente da vontade de dominar o distúrbio sexual.
                     O heterossexual pode se tornar homossexual. Vai depender do indivíduo. Se não apresentar nenhuma tendência, não vai ser homossexual nunca. Há casos de pessoas que sempre refrearam o homossexualismo e até mesmo chegaram a se casar e ter filhos. De repente, no entanto tornaram-se homossexuais. É que, na verdade, já o eram; só pararam de refrear.  Emidio Brasileiro

Tendências homossexuais. Por que acontece?



Todo o edifício doutrinário espírita tem caráter preventivo e visa primordialmente nos auxiliar a fazer bom uso do livre arbítrio. O livre arbítrio pode ser entendido como sinônimo de liberdade. Há liberdade onde há escolha.

 Quando o jovem entrar na adolescência, pode ser que descubra certos impulsos de ordem sexual que destoem do comum. A atração por pessoas do mesmo sexo é um tipo. Esbarramos aí na possibilidade de tendências homossexuais. Que fazer num caso destes?


AS INVERSÕES SEXUAIS
                        Sabemos que o Espírito não tem sexo embora se manifeste com um psiquismo mais marcantemente masculino ou feminino ao longo da reencarnação. Passamos por inversões sexuais para conhecermos as experiências típicas do sexo oposto. Quando isso é feito com planejamento prévio e com interesse do Espírito reencarnante, não ocorrem grandes transtornos de adaptação. Mas podem ocorrer reencarnações compulsórias com inversão sexual e finalidade reeducativa do Espírito. O mau uso das energias sexuais por longo tempo traz as chamadas compulsões, que são impulsos que fogem ao controle da pessoa. Reencarnando no mesmo sexo fatalmente será levado a novos excessos, por isso a inversão sexual pode ser ao mesmo tempo um freio, já que os implementos sexuais não serão os mesmos e uma possibilidade de reeducação, de reorientação das energias sexuais. Nesse ponto, lembramos ao leitor que o principal órgão sexual é a mente, e esses  casos visam mudar os condicionamentos mentais do Espírito.

Vejamos qual deve ser a conduta do espírito em fase de reajuste de seus impulso sexuais, conforme a orientação de Joanna de Ângelis psicografia de Divaldo Pereira Franco: 

Os abusos praticados numa organização sexual impõem limites, constrangimentos e torpezas que fazem indispensáveis retificados na reencarnação imediata, quando, sob a constrição de várias conjunturas aflitivas, se derrapa o Espírito em novos compromissos viciosos em forma d fuga ou de corrupção das elevadas finalidades, volvendo a expiar, mediante a mudança de morfologia sob a difícil impulsão que se encontra na alma e a prisão na roupagem que lhe não responde ao anseio. (...). Cumpre ao Espírito reencarnado submeter aos implementos da sua posição de prova ou de dor, granjeando valores novos que o alcem à normalidade triunfante na função carnal, de que se deve utilizar para vitórias sobre si mesmo, no laboratório da vida física

VISÃO ESPÍRITA 

                        É feito um convite à contenção dos impulsos sexuais, direcionando de acordo com a condição do corpo atual e não das tendências trazidas do passado delituoso. Será sempre difícil obter-se um resultado positivo no curto prazo, mas com orientação adequada, força de vontade e o apoio de uma concepção religiosa que lhe corresponda aos anseios, serão possíveis retificar a rota de sua orientação sexual.  Da perspectiva espírita seria um erro dar vazão aos impulsos sexuais na forma em que se apresentam, pois implicaria a reincidência nos equívocos do passado, cristalizando os impulsos desequilibrantes e ampliando ainda mais seu comprometimento com as leis cósmicas que, eventualmente, serão acionadas com todo o seu rigor de modo a trazer ao caminho certo o ser fraco e recalcitrante.

Ainda nos apoiando e Joanna de Ângelis, no mesmo capítulo 9, Sexo e Reprodução, da obra citada, voltamos à questão do amor, onde ela nos alerta que: 

“assim considerando, embora as vinculações entre o amor e o sexo, o amor verdadeiro e real está acima das manifestações sexuais, como atributo da misericórdia divina, na sinfonia das belezas com que a vida se expressa”.
         Entre o amor mais primitivo da fêmea que cuida de seus filhotes, atendendo aos impulsos de reprodução unicamente na época certa, por ocasião do cio, e o amor-síntese a que aludimos anteriormente, há uma infinidade de nuances e posições intermediarias. Devemos conhecê-las para compreendê-las,  e assim evoluir mais rapidamente sem nos determos em concepções equivocadas ditadas pelos interesses e conveniências da época. Entendamos que o amor sensual, embora lícito, é a base da escala, e que o amor espiritual a meta a ser atingida. Um amor que abarque a tudo e a todos indistintamente. Ainda é muito para nós, é certo, mas chegaremos lá algum dia, pois estamos todos destinados a isso.
Extraído: Adolescente, mas de passagem (um ensaio espírita sobre a adolescencia e a juventude) - Paulo R. Santos
UMA VISÃO ESPÍRITA DO HOMOSSEXUALISMO SEM O DISSIMULADO PURISMO CRISTÃO
                 As múltiplas experiências humanas pela reencarnação e os repetidos contatos com ambos os sexos proporcionam ao espírito as tendências sexuais na feminilidade ou masculinidade e este reencarna com ambas polaridades e se junge, muitas vezes contrariado, aos impositivos da anatomia genital e da educação sexual que acolhe em seu ambiente cultural.
                 Consoante essas experiências tenderá para qualquer das duas opções e o fará nem sempre de acordo com sua aspiração interior, que poderá ser inverso ao que determina o meio socio-cultural. Emmanuel ensina na obra “Vida e Sexo” que o “Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas.” ([1]) Além disso há vários fatores educacionais que poderiam contribuir para despertar no indivíduo as tendências sepultadas nas profundezas de seu inconsciente espiritual.
                 E, ainda que desempenhe papéis de acordo com a sua anatomia genital e que seu psiquismo se constitua de acordo com sua opção sexual, poderá ocorrer que se desperte com desejos de ter experiências afetivas com pessoas do mesmo sexo. Tal ocorrência poderá lhe tumultuar a consciência caracterizando, por aquele motivo, um transtorno psíquico-emocional.
                 A convivência do espírito com o sexo oposto ao que adotou em cada encarnação, bem como aquelas na qual exerceu sua opção sexual, irão plasmar em seu psiquismo as tendências típicas de cada polaridade. Explica Emmanuel, a homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação.”([2])
                 Na questão 202 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec indaga aos Espíritos: "Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?" "Isso pouco lhe importa” responderam os Benfeitores, “o que o guia na escolha são as provas por que haja de passar"([3]) esclareceram os Espíritos. A genética tem tentado encontrar genes que explicariam a homossexualidade como sendo desvio de comportamento sexual. A psiquiatria tenta encontrar enzimas cerebrais que poderiam influenciar no comportamento sexual. Mas a sede real do sexo não se acha no veículo físico, porém na estrutura complexa do espírito. É por esse prisma que devemos encarar as questões relacionadas ao sexo.  Dia virá que “a coletividade humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos”.[4]
                 Não podemos confundir homossexualismo com desvio de caráter, até porque os deslizes sexuais de qualquer tendência têm procedências diversas. Suas raízes genésicas podem vir de profundidades íntimas insondáveis. “A própria filogênese([5]) do sexo, que começa aparentemente no reino mineral, passando pelo vegetal e ao animal, para depois chegar ao homem, apresenta enorme variação de formas, inclusive a autogênese[geração espontânea] dos vírus e das células e a bissexualidade dos hermafroditas”([6]), para alguns pesquisadores justifica o aparecimento de desvios sexuais congênitos.
     Com a liberação sexual e a ascensão do feminino na sociedade contemporânea, a tolerância ao homossexualismo aumentou, permitindo que uma grande quantidade de pessoas que viviam no anonimato se expressasse naturalmente. Chico Xavier explica de forma clara o seguinte, “não vejo pessoalmente qualquer motivo para criticas destrutivas e sarcasmos incompreensíveis para com nossos irmãos e irmãs portadores de tendências homossexuais, a nosso ver, claramente iguais as tendências heterossexuais que assinalam a maioria das criaturas humanas. Em minhas noções de dignidade do espírito, não consigo entender porque razão esse ou aquele preconceito social impedirá certo número de pessoas de trabalhar e de serem úteis a vida comunitária, unicamente pelo fato de haverem trazido do berço características psicológicas e fisiológicas diferentes da maioria. (...)Nunca vi mães e pais, conscientes da elevada missão que a Divina Providencia lhes delega, desprezarem um filho porque haja nascido cego ou mutilado. Seria humana e justa nossa conduta em padrões de menosprezo e desconsideração, perante nossos irmãos que nascem com dificuldades psicológicas?”([7])
                 A Doutrina Espírita é libertadora por excelência. Ela não tem o caráter tacanho de impor seus postulados às criaturas, tornando-as infelizes e deprimidas. A energia sexual pede equilíbrio no uso e não abuso ou repressão. O Espiritismo não condena a homossexualidade, contrariamente, recomenda-nos o respeito e fraterna compreensão para com os que têm preferências homoafetivas. Muitas vezes pode até ser alguém tangido pelo apelo permissivo que explode das águas tóxicas do exacerbado erotismo, somados aos diversos incentivadores pseudocientíficos da depravação, que podem estar desestruturando seu sincero projeto de edificação moral, através de uma conduta sexual equilibrada.([8]) Por isso mesmo, não pode ser discriminado, nem rejeitado, pois, como admoesta Jesus, "aquele dentre vós que não tiver pecados, que atire a primeira pedra"([9])...
                 Como já vimos com Emmanuel no início desta exposição, não há masculinidade plena, nem plena feminilidade na Terra. Tanto a mulher tem algo de viril, quanto o homem de feminil. Antigamente a educação muito rígida e repressiva contribuía para enquadrar o indivíduo ambisséxuo, em seu sexo natural.
                 Assumir a homossexualidade não significa mergulhar em um universo de atitudes extremadas e desafiadoras perante seu grupo de relacionamento familiar ou profissional, “mas fazer um profundo exercício de autoaceitação, asserenar-se por dentro a fim de poder reconhecer perante si mesmo e todo seu círculo de amigos e parentes que vive uma situação conflitante. O verdadeiro desafio é a construção interna para superar os desejos. E não estamos aqui referindo-nos exclusivamente a desejo sexual e sim a toda espécie de desejos que comandam a vida das criaturas.” ([10])
                 Emmanuel enfatiza que “O mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie [homossexual], somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade devidos às criaturas heterossexuais.”([11]) O homossexualismo não deve, pois, ser classificado como uma psicopatia ou comportamento merecedor de discriminação ou medidas repressivas. O homossexual, especialmente o "transexual", merece toda a nossa compreensão e ajuda, para que ele possa vencer sua luta de adaptação ao novo sexo adquirido com o renascimento.
                 Outra questão extremamente controvertida, para muitos cristãos, é a possibilidade da união estável (casamento) entre duas pessoas do mesmo sexo. Ante a miopia preconceituosa do falso purismo religioso da esmagadora maioria de cristãos supostamente “puros”, isso é uma blasfêmia. Isto torna o tema bastante complexo e, portanto, aberto para discussões. Porém, após refletir bastante sobre o assunto e, sobretudo, tendo como alicerce as opiniões de Chico Xavier, entendemos que a união estável (casamento) entre homossexuais é perfeitamente normal, sim.
                 Só conseguiremos entender melhor a questão homossexual depois que estivermos livres dos (pré)conceitos que nos acompanham há muitos milênios. Arriscaríamos a afirmar, que a legalização do casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, é um avanço da sociedade, que estará apenas regulamentando o que de fato já existe.
                 Seria lícito a duas pessoas do mesmo sexo viverem sob o mesmo teto, como marido e mulher?A propósito, vasculhando fontes sobre esta mesma indagação encontramos em Folha Espírita a resposta de Emmanuel “A esta indagação o Codificador da Doutrina Espírita formulou a Questão 695, em O Livro dos Espíritos, com as seguintes palavras: ‘O casamento, quer dizer, a união permanente de dois seres, é contrário a lei natural?’ Os orientadores dos fundamentos da Doutrina Espírita responderam com a seguinte afirmação: ‘É um progresso na marcha da humanidade.’ Os amigos encarnados no plano físico com a tarefa de sustentar e zelar pelo Cristianismo Redivivo, na Doutrina Espírita, estão aptos ao estudo e conclusão do texto em exame.”([12]) (grifamos)
                 Tanto o homossexual como o heterossexual devem buscar a sua reforma interior, não cedendo aos arrastamentos provocados pelos impulsos instintivos e sensuais. O que é ilícito ao hetero, também o é ao homossexual, ambos precisam“distinguir no sexo a sede de energias superiores que o Criador concede à criatura para equilibrar-lhe as atividades, sentindo-se no dever de resguardá-las contra os desvios suscetíveis de corrompê-las. O sexo é uma fonte de bênçãos renovadoras do corpo e da alma”([13])
                 Mister, portanto, reconhecer que ao serem identificadas os pendores homossexuais das pessoas nessa dimensão de prova ou de expiação, é imperioso se lhes oferte o amparo educativo pertinente, nas mesmas condições que se administra instrução à maioria heterossexual da sociedade. 
                 Acreditamos, por fim,  que estas idéias poderão levar, a quantos as lerem, a meditar, em definitivo, sobre o assunto , lembrando que o homossexualismo transcende em si mesmo a simples questão da permuta sexual.

Fontes de Referência
([1])Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001.
([2])______, Francisco Cândido. Vida e Sexo, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001.
([3])Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. Feb, 2000, perg. 202
([4])_______, Francisco Cândido. Vida e Sexo, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001.
([5]) Filogenia (história evolucionária das espécies) opõe-se à ontogenia (desenvolvimento do indivíduo desde a fecundação até a maturidade para a reprodução.)
([7]) Publicada no Jornal Folha Espírita do mês de Março de 1984
([8]) A recomendação do Espiritismo para o respeito e a compreensão para com os irmãos que transitam em condições sexuais inversivas (homossexualismo) ocorre em função do sentimento de fraternidade ou caridade que deve presidir o relacionamento humano, mas igualmente pelo fato de que nenhum de nós tem autoridade suficiente para condenar quem quer que seja, pois todos temos dificuldades morais e/ou materiais graves que precisam de educação.
([9])João, cap. VIII, vv. 3 a 11
([10])Disponível em  <http://www.irc-espiritismo.org.br/irc_resp_sexualidade.html>acessado em 21/04/2006
([11]) _______, Francisco Cândido. Vida e Sexo, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001.
([12]) Publicada no Jornal Folha Espírita do mês de Julho de 1984.
([13]) Xavier, Francisco Cândido. Conduta Espírita, Ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001.

Artigo gentilmente cedido por Jorge Luiz Hessen
Servidor público Federal, Expositor Espírita na região de Brasília e Goiás,
Articulista das Revistas "Reformador", "O Espírita" e "Brasília Espírita

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Simpatias e antipatias espirituais















Questões para debate


1. De que princípio decorre a afeição particular que une duas pessoas?
2. A afeição que une as pessoas na Terra continua a existir no mundo espiritual?
3. É correto afirmar que é da discórdia que nascem os nossos males?
4. A maldade é um estado permanente ou transitório dos homens?
5. Que é que pode quebrar o círculo vicioso do ódio? 




Texto para leitura 

A afeição que une dois seres persiste na vida espiritual 


1. Como seres inteligentes da Criação, os Espíritos cultivam entre si a simpatia geral determinada por suas próprias semelhanças. Além dessa simpatia de caráter geral, há ainda as afeições particulares, tal como se dá entre os homens. 
2. Essa afeição particular decorre do princípio de afinidade, que resulta de uma “perfeita concordância de seus pendores e instintos”. 
3. Assim como há simpatias entre os Espíritos, há também entre eles antipatias, alimentadas pelo ódio, que geram inimizades e dissensões. Esse sentimento só existe, porém, entre os Espíritos impuros, que não conseguiram vencer ainda, em si mesmos, o orgulho e o egoísmo. Como exercem influência junto aos homens, acabam estimulando nestes os desentendimentos e as discórdias, muito comuns na existência humana.  
4. Desde que originada de verdadeira simpatia, a afeição que dois seres se consagram na Terra continua a existir no mundo espiritual.
Da discórdia é que nascem todos os males humanos 

5. Sabemos que os Espíritos a quem fizemos mal neste mundo poderão perdoar-nos, se já forem bons e de acordo com nosso próprio arrependimento. Se, porém, forem maus, poderão guardar ressentimento e perseguir-nos até mesmo em outras existências.  
6. Como ensinam os Espíritos superiores, é da discórdia que nascem todos os males humanos; da concórdia resulta a completa felicidade. É preciso, pois, que nos esforcemos por viver harmoniosamente com os nossos familiares, colegas e companheiros de trabalho. 
7. Como um dos objetivos da encarnação é o de trabalharmos no sentido de nos melhorarmos interiormente e chegarmos à perfeição espiritual, compreendemos melhor a afirmação de Jesus quando nos disse: “Amai os vossos inimigos”, porquanto só há prejuízo para o Espírito que tenha inimigos por força do mal que haja praticado, uma vez que os inimigos são obstáculos em sua caminhada e essa inimizade gera infelicidade e atraso em seu progresso espiritual. 

Só o amor pode quebrar o círculo vicioso do ódio 

8. Admitindo-se, como ensina o Espiritismo, que a maldade não é um estado permanente dos homens, que ela decorre de uma imperfeição temporária e que, assim como a criança se corrige dos seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia os seus erros e se tornará bom, compreenderemos também que nossa meta maior é superar a maldade que existe em nós e nos outros.  
9. Ora, só a manifestação de amor de nossa parte pode quebrar o círculo vicioso do ódio, que continua a existir, muitas vezes, mesmo depois da morte física. 
10. O período mais propício a esse esforço é, sem dúvida, quando estamos juntos dos nossos inimigos, convivendo com eles, na condição de encarnados ou desencarnados, pois é quando temos as melhores oportunidades de testemunhar nossos propósito de cultivar a concórdia para com todos e, dessa forma, substituir os laços de ódio que nos ligam pelos laços de amor que passarão a nos unir.

Respostas às questões propostas

1. De que princípio decorre a afeição particular que une duas pessoas? R.: Os Espíritos cultivam entre si a simpatia geral determinada por suas próprias semelhanças, mas há, além dessa simpatia de caráter geral, as afeições particulares, tal como se dá entre os homens. Essa afeição particular decorre do princípio de afinidade, que resulta de uma perfeita concordância de seus pendores e instintos.

2. A afeição que une as pessoas na Terra continua a existir no mundo espiritual? R.: Sim. Desde que originada de verdadeira simpatia, a afeição que dois seres se consagram na Terra continua a existir no mundo espiritual.  

3. É correto afirmar que é da discórdia que nascem os nossos males? R.: Segundo o Espiritismo, é da discórdia que nascem todos os males humanos, e da concórdia resulta a completa felicidade. É preciso, pois, que nos esforcemos por viver harmoniosamente com os nossos familiares, colegas e companheiros de trabalho. 

4. A maldade é um estado permanente ou transitório dos homens? R.: A maldade não é um estado permanente dos homens. Ela decorre de uma imperfeição temporária. Assim como a criança se corrige dos seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia os seus erros e se tornará um indivíduo melhor. 

5. Que é que pode quebrar o círculo vicioso do ódio? R.: Só a manifestação de amor de nossa parte pode quebrar o círculo vicioso do ódio, e o período mais propício a esse esforço é, sem dúvida, quando estamos juntos dos nossos inimigos, convivendo com eles, na condição de encarnados ou desencarnados, pois é quando temos as melhores oportunidades de testemunhar nossos propósito de cultivar a concórdia para com todos e, dessa forma, substituir os laços de ódio que nos ligam pelos laços de amor que passarão a nos unir.
 
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 298 e 301.    
O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, capítulo 12, itens 5 e 6.


domingo, 27 de janeiro de 2013

PRÁTICA ESPÍRITA



Se você já consegue: encontrar no serviço a fonte da paz; impedir a intromissão do desânimo, à frente das boas obras, e continua trabalhando; ouvir a incompreensão e prosseguir compreendendo;sustar o impulso da cólera; guardar paciência em todas as provações; colocar-se em lugar do próximo, nas horas difíceis; perceber que as suas dores são iguais às dores do próximo; auxiliar sem esperar esse ou aquele pedido de auxílio; discernir entre consciência e conveniência e seguir a consciência por mais áspero que seja o caminho que ela esteja indicando;  e confiar, sem desfalecer, na vitória do bem, ainda mesmo quando tudo pareça sob o domínio do mal... então guarde a certeza de que a sua prática espírita estará alcançando valioso nível de elevação. - Prática Espírita – Chico Xavier/Albino Teixeira

            A Doutrina Espírita em sua função social tem como objetivo maior a renovação moral do ser humano. O Espiritismo propõe sob a luz do Evangelho de Jesus a educação integral do homem.
            É muito importante que busquemos na simplicidade da prática espírita o Amor, como o elemento mais valioso no resgate dos que, desorientados e aflitos, buscam ajuda nas casas espíritas, onde trabalhamos.
            No trabalho de acolhimento e ajuda no Centro Espírita, precisamos nos armar de paciência e muita humildade, externando gestos de amor e caridade para os que sofrem e necessitam dos recursos espíritas para minimizar suas dores morais. Lembremo-nos que caridade é benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas, doando do que temos e do que somos.
            O verdadeiro espírita estuda, busca o aprimoramento intimo, ajuda e se escuda no Evangelho para prosseguir fiel à Codificação Espírita.    Reconhece suas limitações e se esforça constantemente para melhorar sua condição de obreiro do bem, conjugando seu desejo de servir com a busca do conhecimento através do estudo e da compreensão das finalidades da Casa onde labora.
            Quando o Espírito de Verdade  nos concita ao ‘amai-vos e instruí-vos’, alerta-nos da necessidade do amor em nossas práticas, mas é imperativo ao afirmar que não nos esqueçamos do estudo e assim discerniremos com maior clareza o que convém ou o que não é lícito realizar, e não burlarmos as propostas de nossa Doutrina. Espíritas despreparados, equivocados e sem embasamento doutrinário comprometem e retardam o trabalho de renovação moral da Humanidade, deixando-se arrastar pela vaidade, pelos modismos e adaptações inadequadas à pureza dos princípios doutrinários.
            Raros são os espíritos que assumem a autoria de seus erros e, de livre iniciativa, se dispõem a corrigi-los, criando oportunidades reencarnatórias para tanto; a maioria vive negando o que fez, lançando sobre os outros a culpa de seus equívocos e desmandos.
            Nunca estamos satisfeitos com o que somos ou representamos diante dos outros, e, no íntimo, alimentamos a esperança de superioridade em relação aos demais: é o nosso orgulho que fala mais alto e não nos permite encarar a realidade da indigência espiritual em que vivemos há séculos...
            Enquanto não formos mais honestos e transparentes, admitindo com sinceridade a extensão de nossos deslizes perante a Lei, não começaremos a mudar; reencarnaremos – aliás, como vem acontecendo – sucessivas vezes e sequer daremos conta da própria imortalidade: no corpo ou fora dele, seremos sempre os mesmos, quase sem efetuar nenhum progresso de ordem moral e, quiçá, intelectual. Vivemos tão embotados psiquicamente, que não percebemos o que sucede conosco. Enquanto o espírito não começar a transcender a matéria, ele não se integrará com a Criação Divina e viverá, por milênios, escravo de suas rasteiras sensações.
            O mundo é resultado de nossa projeção mental, de nossas aspirações, desejos, sonhos e ideais. E isto não poderá acontecer sem o concurso da dor. Pois é no cadinho das provas que o espírito amadurece.
O Espiritismo é a restauração do Cristianismo, é a sua revivescência, no entanto, os próprios espíritas, imperceptivelmente, vêm se afastando da aplicação do Evangelho em suas vidas; preocupados com a dinâmica da revelação, muitos andam esquecidos de colocar em prática as virtudes da caridade de uns para com os outros, da tolerância fraternal, da paciência, da humildade, do desinteresse. A mediunidade tornou-se um fator obsessivo para muitos; mediunidade nunca foi e nunca será característica de grandeza espiritual para ninguém. Na atualidade, há mais médiuns colocando palavras na boca dos espíritos do que espíritos colocando palavras na boca dos médiuns; há mais médiuns subjugando a mediunidade aos seus propósitos que a ela se sujeitando, no exato desempenho de seus deveres. Em essência, prática mediúnica é exercício de desapego. Hoje, a maioria dos médiuns, quer  mais cargos nos Centro Espírita, do que os encargos advindos dos cargos. Com Jesus, retribuir o mal com o bem é simples obrigação. “E se vós amais somente aos que vos amam, que merecimento tereis?  Os pecadores também amam os que os amam”. O segredo da Vida não está com quem conhece a Verdade, mas com quem sabe amar, incondicionalmente. Entre o homem e Deus, a ponte de ligação é o próximo! Enquanto não compreendermos isto, não estaremos na vivência plena do Evangelho.
            Allan Kardec abriu ‘picadas’ na selva escura da ignorância humana; não obstante, se desejamos alcançar maior claridade, precisamos caminhar com Jesus e Kardec, objetivando o progresso da humanidade... O conhecimento da Verdade só por si não basta, afinal, não devemos usar mais a Razão do que a Fé. É preciso equilíbrio! O espírita não é um ser superior, e o fato de aderirmos à Doutrina, por si só, não nos torna diferentes dos outros, tão amados por Deus e tão esperados por Ele quanto nós.
            Precisamos aprender a entender, e assim melhor distinguir o que Jesus nos dizia: “... porque escondestes estas coisas aos sábios e prudentes, e as revelastes aos simples e pequeninos”! Entendamos pelos primeiros, que são os orgulhosos, envaidecidos com o seu saber mundano, que se julgam prudentes, pois que negam a Deus, tratando-o de igual para igual, quando não o rejeitam; são os que não querem se comprometer com a Verdade; são os que rotulam de superstição e fanatismo os assuntos pertinentes às religiões, são os que, por seus títulos, julgam saber mais que os outros; são os que cumulam o Criador de exigências, lançando desafios aos Céus e fixando um preço para a sua conversão, são os que se constituem em obstáculo ao progresso moral da Humanidade; são, muitas vezes, os nossos irmãos de Ideal, que se opõem sistematicamente uns aos outros, não com o intuito de preservar a unidade da Doutrina, mas, sob a influência de entidades infelizes, defender escusas intenções... Os doutos e prudentes somos nós, que ainda não aceitamos Jesus em definitivo, em nossos corações!
Somos nós que relutamos em nos renovarmos intimamente...
            Nós que não aprendemos a renunciar o bastante em prol da Causa que abraçamos; que não nos animamos a seguir o Mestre na subida gloriosa do Calvário, que nos rebelamos contra o fardo que nos pesa aos ombros e nos sentimos injustiçados pela vida...
            Somos nós que não nos encorajamos à iniciativa do perdão, da renuncia e do amor incondicional; somos nós que, há séculos, escutamos com desconfiança as promessas do Senhor e vacilamos quando nos conclama: “Se alguém me quiser seguir, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.”; somos nós que anunciamos o Cristo aos outros, na condição de Salvador, traçando limites à sua benéfica influência em nós...
            Sim, somos nós que não caminhamos a segunda milha; que não retribuímos o mal com o bem; que não nos reconciliamos com os adversários; que não tiramos primeiro, a trave que nos impede mais nítida visão; que nos apressamos em julgar as alheias atitudes, esquecidos de que, com a mesma medida que medirmos aos outros, seremos medidos por nossa vez; os que, quase sempre,  estamos prontos para lançar a primeira pedra...
            Enfim, os doutos e prudentes somos nós, espíritos recalcitrantes, repletos de mazelas que, em vão, intentamos disfarçar!...  fonte: http://centroespiritacasadocaminhobp.blogspot.com.br

Nossa conduta espírita

Mal diluiram-se os últimos votos de paz e harmonia para o novo ano e eis que o mal, fera oculta no coração dos homens, reascende feridas em torno do Planeta com redobrado furor, como que ansiando deixar na alma humana uma cicatriz de difícil remoção.
            Em todos os lugares, o rumor contundente da transformação, da mudança, da reavaliação...      Em qualquer recanto que se esteja o sobressalto, a certeza de que não mais é possível olhar o mundo com a inocência de antes, a consciência de que movimentos e atitudes, modos e tendências devem ser revistos para que o espírito acompanhe, sem desfalecer, as transformações planetárias em curso.
            O Espiritismo avança a largas braçadas, educando corações e mentes, mas, ainda assim, muitos espíritas conscientes  e sinceros se defrontam, inúmeras vezes, com questionamentos dolorosos acerca do melhor modo de agir perante ocorrências nem sempre felizes que o surpreendem cotidianamente, em todos os setores.  Como o espírita deve ser, como deve agir?
            André Luiz nos alerta que ser um bom espírita não significa benevolência absoluta com tudo e com todos e nem tampouco severidade na mesma medida."É necessário escolher atitude e posição de equilíbrio", não esquecendo de colocar que devemos conhecer a nós mesmos, para que efetuemos essa escolha com mais segurança e verdade..."
            O espírita deve ser verdadeiro, mas não agressivo, manejando a verdade a ponto de convertê-la em tacape na pele dos semelhantes;  Bom, mas não displicente que chegue a favorecer a força do mal, sob o pretexto de cultivar a ternura;         Generoso, mas não perdulário que abrace a prodigalidade excessiva, sufocando as possibilidades de trabalho que despontam nos outros; Doce, mas não tão doce que atinja a dúbia melifluidade (doçura, suavidade), incapaz de assumir determinados compromissos na hora da decisão;         Justo, mas não implacável, em nome da justiça, impedindo a recuperação dos que caem e sofrem. Claro, mas não desabrido, dando a idéia de eleger-se em fiscal de consciências alheias.
Franco, mas não insolente, ferindo os outros;
            Paciente, mas não irresponsável, adotando negligência em nome da gentileza; Tolerante, mas não indiferente, aplaudindo o erro deliberado em benefício da sombra;  Calmo, mas não sossegado que se afogue em preguiça; Confiante, mas não fanático que se abstenha do raciocínio; Persistente, mas não teimoso, viciando-se em rebelar-se;  Diligente, mas não precipitado, destruindo a si próprio.
            "Conhece-te a ti mesmo" - diz a filosofia, e para conhecer a nós mesmos, é necessário escolher atitude e posição de equilíbrio, seja na emotividade ou no pensamento, na palavra ou na ação, porque, efetivamente, o equilíbrio nunca é demais.  ANDRÉ LUIZ ("Opinião Espírita", 7, CEC)

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Quer saber o caráter de um homem? Dê-lhe poder!

"Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder." Abraham Lincoln


terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Silêncio


Livro: Vida Feliz
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco





No tumulto que toma conta do mundo e das pessoas, reserva-te alguns momentos de silêncio, que se transformem em quietude interior. 

A agitação, a balbúrdia, o falatório, desarmonizam os centros emocionais do equilíbrio. 

Cala mais do que fala. 

Reflexiona antes de expender a tua opinião. 

Ouve a zoada e alija-te do burburinho, preservando-te em paz. 

Este comportamento é salutar para todos os momentos da tua vida.


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Problemas sociais...

Todos falam
Em problemas sociais
Mas poucos pugnam
Por soluções globais

O interesse pessoal
Fruto do egoísmo
Sobrepõe-se ao bem geral
Levando-nos ao abismo

Desemprego, lutas,
Cataclismos, violência,
São típicos d’uma sociedade
Em estado de decadência

A solução foi dada
Há dois mil anos
Jesus ensinou o Amor
Que impede mil enganos

Fazer ao outro
O que para si gostaria,
É a solução social
Que a paz traria

Na perturbação
Confia na espiritualidade
Que nunca nos falta
No meio da dificuldade

Quando o problema vier
Trazendo perturbação
Rejeita o suicídio
Que jamais é solução

Com calma, confiança,
Esforço e humildade
Juntos ultrapassarão
Tempos de impiedade

Logo mais virão
Novos espíritos, superiores,
Que pela reencarnação
Acabarão com os horrores

Uns irão embora
Para não mais voltar
Enquanto espíritos nobres
Estão a reencarnar

E assim se cumprirá
A profecia que não erra
Bem-aventurados os mansos
Porque herdarão a Terra.

Poeta alegre
Psicografia de JC recebida no ENL em 5 de Março de 2012, em Óbidos, Portugal.