Existem pessoas que têm acorrido a todos os recursos terrenos e
espirituais na esperança de uma cura para sua enfermidade, e não tendo
resolvido seu problema, acabam chegando à descrença. Mesmo sem fé, muitas vezes ainda procuram você como um recurso.
Essas pessoas podem chegar a receber uma cura?
Chico Xavier:
Acredito que, se a pessoa está no merecimento natural da cura, tenha ela fé ou
não tenha fé, a misericórdia divina permite que essa criatura encontre a
restauração de suas forças.
Isso em qualquer religião, ou em qualquer tempo; agora, os espíritos nos
aconselham um espírito de aceitação. Primeiramente, em qualquer caso de doença
que possa ocorrer em nós, em nosso mundo orgânico, o espírito de aceitação,
torna mais fácil ao médico deste mundo ou para os benfeitores espirituais do
outro, atuarem em nosso favor.
Agora, a nossa aflição ou a nossa inquietação, apenas perturbam os médicos
deste mundo ou do outro, dificultando a cura. E podemos ainda acrescentar: que
muitas vezes temos conosco determinados tipos de moléstias, que nós mesmos
pedimos, antes de nossa reencarnação, para que nossos impulsos negativos ou
destrutivos sejam amainados.
Muitas frustrações que sofremos neste mundo são pedidas por nós mesmos, para
que não venhamos a cair em falhas mais graves do que aquelas que já caímos em
outras vidas. Mas, como estamos num regime de esquecimento - como uma pessoa
anestesiada para sofrer uma operação - então demandamos em rebeldia, em aflição
desnecessária, exigindo uma cura, que se tivermos, será para nossa ruína, não
para o nosso benefício.
Entrevista dada à Revista ‘Destaque’, em Outubro de 1977.
Consta do livro “Chico Xavier - O Homem, o Médium e o Missionário”, escrito por
Antônio Matte Noroefé, de Cacequi, Rio Grande do Sul.
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