Se você
já consegue: encontrar no serviço a fonte da paz; impedir a intromissão do
desânimo, à frente das boas obras, e continua trabalhando; ouvir a
incompreensão e prosseguir compreendendo;sustar o impulso da cólera; guardar
paciência em todas as provações; colocar-se em lugar do próximo, nas horas
difíceis; perceber que as suas dores são iguais às dores do próximo; auxiliar
sem esperar esse ou aquele pedido de auxílio; discernir entre consciência e
conveniência e seguir a consciência por mais áspero que seja o caminho que ela
esteja indicando; e confiar, sem
desfalecer, na vitória do bem, ainda mesmo quando tudo pareça sob o domínio do
mal... então guarde a certeza de que a sua prática espírita estará alcançando
valioso nível de elevação. - Prática Espírita – Chico Xavier/Albino Teixeira
A Doutrina Espírita em sua função social tem como
objetivo maior a renovação moral do ser humano. O Espiritismo propõe sob a luz
do Evangelho de Jesus a educação integral do homem.
É muito importante que busquemos na
simplicidade da prática espírita o Amor, como o elemento mais valioso no
resgate dos que, desorientados e aflitos, buscam ajuda nas casas espíritas,
onde trabalhamos.
No trabalho de acolhimento e ajuda
no Centro Espírita, precisamos nos armar de paciência e muita humildade,
externando gestos de amor e caridade para os que sofrem e necessitam dos
recursos espíritas para minimizar suas dores morais. Lembremo-nos que caridade
é benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias,
perdão das ofensas, doando do que temos e do que somos.
O verdadeiro espírita estuda, busca o aprimoramento
intimo, ajuda e se escuda no Evangelho para prosseguir fiel à Codificação
Espírita. Reconhece suas limitações e
se esforça constantemente para melhorar sua condição de obreiro do bem,
conjugando seu desejo de servir com a busca do conhecimento através do estudo e
da compreensão das finalidades da Casa onde labora.
Quando o Espírito de Verdade nos concita
ao ‘amai-vos e instruí-vos’, alerta-nos da necessidade do amor em nossas
práticas, mas é imperativo ao afirmar que não nos esqueçamos do estudo e assim
discerniremos com maior clareza o que convém ou o que não é lícito realizar, e
não burlarmos as propostas de nossa Doutrina. Espíritas despreparados, equivocados e sem
embasamento doutrinário comprometem e retardam o trabalho de renovação moral da
Humanidade, deixando-se arrastar pela vaidade, pelos modismos e adaptações
inadequadas à pureza dos princípios doutrinários.
Raros são os
espíritos que assumem a autoria de seus erros e, de livre iniciativa, se
dispõem a corrigi-los, criando oportunidades reencarnatórias para tanto; a
maioria vive negando o que fez, lançando sobre os outros a culpa de seus
equívocos e desmandos.
Nunca estamos
satisfeitos com o que somos ou representamos diante dos outros, e, no íntimo,
alimentamos a esperança de superioridade em relação aos demais: é o nosso
orgulho que fala mais alto e não nos permite encarar a realidade da indigência
espiritual em que vivemos há séculos...
Enquanto não
formos mais honestos e transparentes, admitindo com sinceridade a extensão de
nossos deslizes perante a Lei, não começaremos a mudar; reencarnaremos – aliás,
como vem acontecendo – sucessivas vezes e sequer daremos conta da própria
imortalidade: no corpo ou fora dele, seremos sempre os mesmos, quase sem
efetuar nenhum progresso de ordem moral e, quiçá, intelectual. Vivemos tão
embotados psiquicamente, que não percebemos o que sucede conosco. Enquanto o
espírito não começar a transcender a matéria, ele não se integrará com a
Criação Divina e viverá, por milênios, escravo de suas rasteiras sensações.
O
mundo é resultado de nossa projeção mental, de nossas aspirações, desejos,
sonhos e ideais. E isto não poderá acontecer sem o concurso da dor. Pois é no
cadinho das provas que o espírito amadurece.
O Espiritismo é a restauração do
Cristianismo, é a sua revivescência, no entanto, os próprios espíritas, imperceptivelmente, vêm se afastando da
aplicação do Evangelho em suas vidas; preocupados com a dinâmica da revelação,
muitos andam esquecidos de colocar em prática as virtudes da caridade de uns
para com os outros, da tolerância fraternal, da paciência, da humildade, do
desinteresse. A mediunidade tornou-se um fator obsessivo para muitos; mediunidade nunca foi e nunca será
característica de grandeza espiritual para ninguém. Na atualidade, há mais
médiuns colocando palavras na boca dos espíritos do que espíritos colocando
palavras na boca dos médiuns; há mais médiuns subjugando a mediunidade aos seus
propósitos que a ela se sujeitando, no exato desempenho de seus deveres. Em
essência, prática mediúnica é exercício de desapego. Hoje, a maioria dos
médiuns, quer mais cargos nos Centro Espírita, do que os encargos
advindos dos cargos. Com Jesus, retribuir o mal com o bem é simples obrigação.
“E se vós amais somente aos que vos amam, que merecimento tereis? Os
pecadores também amam os que os amam”. O segredo da Vida não está com quem
conhece a Verdade, mas com quem sabe amar, incondicionalmente. Entre o homem e
Deus, a ponte de ligação é o próximo! Enquanto não compreendermos isto, não
estaremos na vivência plena do Evangelho.
Allan
Kardec abriu ‘picadas’ na selva escura da ignorância humana; não obstante, se
desejamos alcançar maior claridade, precisamos caminhar com Jesus e Kardec,
objetivando o progresso da humanidade... O
conhecimento da Verdade só por si não basta, afinal, não devemos usar mais a
Razão do que a Fé. É preciso equilíbrio! O espírita não é um ser superior, e o fato de aderirmos à Doutrina, por
si só, não nos torna diferentes dos outros, tão amados por Deus e tão esperados
por Ele quanto nós.
Precisamos aprender a entender, e assim melhor distinguir o que Jesus
nos dizia: “... porque escondestes estas coisas aos sábios e prudentes, e as
revelastes aos simples e pequeninos”! Entendamos pelos primeiros, que são os
orgulhosos, envaidecidos com o seu saber mundano, que se julgam prudentes, pois
que negam a Deus, tratando-o de igual para igual, quando não o rejeitam; são os
que não querem se comprometer com a Verdade; são os que rotulam de superstição
e fanatismo os assuntos pertinentes às religiões, são os que, por seus títulos,
julgam saber mais que os outros; são os que cumulam o Criador de exigências,
lançando desafios aos Céus e fixando um preço para a sua conversão, são os que
se constituem em obstáculo ao progresso moral da Humanidade; são, muitas vezes,
os nossos irmãos de Ideal, que se opõem sistematicamente uns aos outros, não
com o intuito de preservar a unidade da Doutrina, mas, sob a influência de
entidades infelizes, defender escusas intenções... Os doutos e prudentes somos
nós, que ainda não aceitamos Jesus em definitivo, em nossos corações!
Somos nós que relutamos em nos
renovarmos intimamente...
Nós
que não aprendemos a renunciar o bastante em prol da Causa que abraçamos; que
não nos animamos a seguir o Mestre na subida gloriosa do Calvário, que nos
rebelamos contra o fardo que nos pesa aos ombros e nos sentimos injustiçados
pela vida...
Somos
nós que não nos encorajamos à iniciativa do perdão, da renuncia e do amor
incondicional; somos nós que, há séculos, escutamos com desconfiança as
promessas do Senhor e vacilamos quando nos conclama: “Se alguém me quiser
seguir, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.”; somos nós que
anunciamos o Cristo aos outros, na condição de Salvador, traçando limites à sua
benéfica influência em nós...
Sim, somos nós que não caminhamos a segunda
milha; que não retribuímos o mal com o bem; que não nos reconciliamos com os
adversários; que não tiramos primeiro, a trave que nos impede mais nítida
visão; que nos apressamos em julgar as alheias atitudes, esquecidos de que, com
a mesma medida que medirmos aos outros, seremos medidos por nossa vez; os que,
quase sempre, estamos prontos para lançar a primeira pedra...
Enfim,
os doutos e prudentes somos nós, espíritos recalcitrantes, repletos de mazelas
que, em vão, intentamos disfarçar!... fonte:
http://centroespiritacasadocaminhobp.blogspot.com.br
Nossa conduta espírita
Mal diluiram-se os últimos votos de paz e harmonia
para o novo ano e eis que o mal, fera oculta no coração dos homens, reascende
feridas em torno do Planeta com redobrado furor, como que ansiando deixar na
alma humana uma cicatriz de difícil remoção.
Em
todos os lugares, o rumor contundente da transformação, da mudança, da
reavaliação... Em qualquer recanto
que se esteja o sobressalto, a certeza de que não mais é possível olhar o mundo
com a inocência de antes, a consciência de que movimentos e atitudes, modos e
tendências devem ser revistos para que o espírito acompanhe, sem desfalecer, as
transformações planetárias em curso.
O
Espiritismo avança a largas braçadas, educando corações e mentes, mas, ainda
assim, muitos espíritas conscientes e sinceros se defrontam, inúmeras
vezes, com questionamentos dolorosos acerca do melhor modo de agir perante
ocorrências nem sempre felizes que o surpreendem cotidianamente, em todos os
setores. Como o espírita deve ser, como
deve agir?
André
Luiz nos alerta que ser um bom espírita não significa benevolência absoluta com
tudo e com todos e nem tampouco severidade na mesma medida."É necessário
escolher atitude e posição de equilíbrio", não esquecendo de colocar que
devemos conhecer a nós mesmos, para que efetuemos essa escolha com mais segurança
e verdade..."
O
espírita deve ser verdadeiro, mas não agressivo, manejando a verdade a ponto de
convertê-la em tacape na pele dos semelhantes;
Bom, mas não displicente que chegue a favorecer a força do mal, sob o
pretexto de cultivar a ternura; Generoso,
mas não perdulário que abrace a prodigalidade excessiva, sufocando as
possibilidades de trabalho que despontam nos outros; Doce, mas não tão doce que
atinja a dúbia melifluidade (doçura, suavidade), incapaz de assumir
determinados compromissos na hora da decisão; Justo,
mas não implacável, em nome da justiça, impedindo a recuperação dos que caem e
sofrem. Claro, mas não desabrido, dando a idéia de eleger-se em fiscal de
consciências alheias.
Franco, mas não insolente, ferindo os outros;
Paciente,
mas não irresponsável, adotando negligência em nome da gentileza; Tolerante,
mas não indiferente, aplaudindo o erro deliberado em benefício da sombra; Calmo, mas não sossegado que se afogue em
preguiça; Confiante, mas não fanático que se abstenha do raciocínio; Persistente,
mas não teimoso, viciando-se em rebelar-se;
Diligente, mas não precipitado, destruindo a si próprio.
"Conhece-te a ti mesmo" -
diz a filosofia, e para conhecer a nós mesmos, é necessário escolher atitude e
posição de equilíbrio, seja na emotividade ou no pensamento, na palavra ou na
ação, porque, efetivamente, o equilíbrio nunca é demais. ANDRÉ LUIZ ("Opinião Espírita", 7,
CEC)
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