domingo, 27 de janeiro de 2013

PRÁTICA ESPÍRITA



Se você já consegue: encontrar no serviço a fonte da paz; impedir a intromissão do desânimo, à frente das boas obras, e continua trabalhando; ouvir a incompreensão e prosseguir compreendendo;sustar o impulso da cólera; guardar paciência em todas as provações; colocar-se em lugar do próximo, nas horas difíceis; perceber que as suas dores são iguais às dores do próximo; auxiliar sem esperar esse ou aquele pedido de auxílio; discernir entre consciência e conveniência e seguir a consciência por mais áspero que seja o caminho que ela esteja indicando;  e confiar, sem desfalecer, na vitória do bem, ainda mesmo quando tudo pareça sob o domínio do mal... então guarde a certeza de que a sua prática espírita estará alcançando valioso nível de elevação. - Prática Espírita – Chico Xavier/Albino Teixeira

            A Doutrina Espírita em sua função social tem como objetivo maior a renovação moral do ser humano. O Espiritismo propõe sob a luz do Evangelho de Jesus a educação integral do homem.
            É muito importante que busquemos na simplicidade da prática espírita o Amor, como o elemento mais valioso no resgate dos que, desorientados e aflitos, buscam ajuda nas casas espíritas, onde trabalhamos.
            No trabalho de acolhimento e ajuda no Centro Espírita, precisamos nos armar de paciência e muita humildade, externando gestos de amor e caridade para os que sofrem e necessitam dos recursos espíritas para minimizar suas dores morais. Lembremo-nos que caridade é benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas, doando do que temos e do que somos.
            O verdadeiro espírita estuda, busca o aprimoramento intimo, ajuda e se escuda no Evangelho para prosseguir fiel à Codificação Espírita.    Reconhece suas limitações e se esforça constantemente para melhorar sua condição de obreiro do bem, conjugando seu desejo de servir com a busca do conhecimento através do estudo e da compreensão das finalidades da Casa onde labora.
            Quando o Espírito de Verdade  nos concita ao ‘amai-vos e instruí-vos’, alerta-nos da necessidade do amor em nossas práticas, mas é imperativo ao afirmar que não nos esqueçamos do estudo e assim discerniremos com maior clareza o que convém ou o que não é lícito realizar, e não burlarmos as propostas de nossa Doutrina. Espíritas despreparados, equivocados e sem embasamento doutrinário comprometem e retardam o trabalho de renovação moral da Humanidade, deixando-se arrastar pela vaidade, pelos modismos e adaptações inadequadas à pureza dos princípios doutrinários.
            Raros são os espíritos que assumem a autoria de seus erros e, de livre iniciativa, se dispõem a corrigi-los, criando oportunidades reencarnatórias para tanto; a maioria vive negando o que fez, lançando sobre os outros a culpa de seus equívocos e desmandos.
            Nunca estamos satisfeitos com o que somos ou representamos diante dos outros, e, no íntimo, alimentamos a esperança de superioridade em relação aos demais: é o nosso orgulho que fala mais alto e não nos permite encarar a realidade da indigência espiritual em que vivemos há séculos...
            Enquanto não formos mais honestos e transparentes, admitindo com sinceridade a extensão de nossos deslizes perante a Lei, não começaremos a mudar; reencarnaremos – aliás, como vem acontecendo – sucessivas vezes e sequer daremos conta da própria imortalidade: no corpo ou fora dele, seremos sempre os mesmos, quase sem efetuar nenhum progresso de ordem moral e, quiçá, intelectual. Vivemos tão embotados psiquicamente, que não percebemos o que sucede conosco. Enquanto o espírito não começar a transcender a matéria, ele não se integrará com a Criação Divina e viverá, por milênios, escravo de suas rasteiras sensações.
            O mundo é resultado de nossa projeção mental, de nossas aspirações, desejos, sonhos e ideais. E isto não poderá acontecer sem o concurso da dor. Pois é no cadinho das provas que o espírito amadurece.
O Espiritismo é a restauração do Cristianismo, é a sua revivescência, no entanto, os próprios espíritas, imperceptivelmente, vêm se afastando da aplicação do Evangelho em suas vidas; preocupados com a dinâmica da revelação, muitos andam esquecidos de colocar em prática as virtudes da caridade de uns para com os outros, da tolerância fraternal, da paciência, da humildade, do desinteresse. A mediunidade tornou-se um fator obsessivo para muitos; mediunidade nunca foi e nunca será característica de grandeza espiritual para ninguém. Na atualidade, há mais médiuns colocando palavras na boca dos espíritos do que espíritos colocando palavras na boca dos médiuns; há mais médiuns subjugando a mediunidade aos seus propósitos que a ela se sujeitando, no exato desempenho de seus deveres. Em essência, prática mediúnica é exercício de desapego. Hoje, a maioria dos médiuns, quer  mais cargos nos Centro Espírita, do que os encargos advindos dos cargos. Com Jesus, retribuir o mal com o bem é simples obrigação. “E se vós amais somente aos que vos amam, que merecimento tereis?  Os pecadores também amam os que os amam”. O segredo da Vida não está com quem conhece a Verdade, mas com quem sabe amar, incondicionalmente. Entre o homem e Deus, a ponte de ligação é o próximo! Enquanto não compreendermos isto, não estaremos na vivência plena do Evangelho.
            Allan Kardec abriu ‘picadas’ na selva escura da ignorância humana; não obstante, se desejamos alcançar maior claridade, precisamos caminhar com Jesus e Kardec, objetivando o progresso da humanidade... O conhecimento da Verdade só por si não basta, afinal, não devemos usar mais a Razão do que a Fé. É preciso equilíbrio! O espírita não é um ser superior, e o fato de aderirmos à Doutrina, por si só, não nos torna diferentes dos outros, tão amados por Deus e tão esperados por Ele quanto nós.
            Precisamos aprender a entender, e assim melhor distinguir o que Jesus nos dizia: “... porque escondestes estas coisas aos sábios e prudentes, e as revelastes aos simples e pequeninos”! Entendamos pelos primeiros, que são os orgulhosos, envaidecidos com o seu saber mundano, que se julgam prudentes, pois que negam a Deus, tratando-o de igual para igual, quando não o rejeitam; são os que não querem se comprometer com a Verdade; são os que rotulam de superstição e fanatismo os assuntos pertinentes às religiões, são os que, por seus títulos, julgam saber mais que os outros; são os que cumulam o Criador de exigências, lançando desafios aos Céus e fixando um preço para a sua conversão, são os que se constituem em obstáculo ao progresso moral da Humanidade; são, muitas vezes, os nossos irmãos de Ideal, que se opõem sistematicamente uns aos outros, não com o intuito de preservar a unidade da Doutrina, mas, sob a influência de entidades infelizes, defender escusas intenções... Os doutos e prudentes somos nós, que ainda não aceitamos Jesus em definitivo, em nossos corações!
Somos nós que relutamos em nos renovarmos intimamente...
            Nós que não aprendemos a renunciar o bastante em prol da Causa que abraçamos; que não nos animamos a seguir o Mestre na subida gloriosa do Calvário, que nos rebelamos contra o fardo que nos pesa aos ombros e nos sentimos injustiçados pela vida...
            Somos nós que não nos encorajamos à iniciativa do perdão, da renuncia e do amor incondicional; somos nós que, há séculos, escutamos com desconfiança as promessas do Senhor e vacilamos quando nos conclama: “Se alguém me quiser seguir, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.”; somos nós que anunciamos o Cristo aos outros, na condição de Salvador, traçando limites à sua benéfica influência em nós...
            Sim, somos nós que não caminhamos a segunda milha; que não retribuímos o mal com o bem; que não nos reconciliamos com os adversários; que não tiramos primeiro, a trave que nos impede mais nítida visão; que nos apressamos em julgar as alheias atitudes, esquecidos de que, com a mesma medida que medirmos aos outros, seremos medidos por nossa vez; os que, quase sempre,  estamos prontos para lançar a primeira pedra...
            Enfim, os doutos e prudentes somos nós, espíritos recalcitrantes, repletos de mazelas que, em vão, intentamos disfarçar!...  fonte: http://centroespiritacasadocaminhobp.blogspot.com.br

Nossa conduta espírita

Mal diluiram-se os últimos votos de paz e harmonia para o novo ano e eis que o mal, fera oculta no coração dos homens, reascende feridas em torno do Planeta com redobrado furor, como que ansiando deixar na alma humana uma cicatriz de difícil remoção.
            Em todos os lugares, o rumor contundente da transformação, da mudança, da reavaliação...      Em qualquer recanto que se esteja o sobressalto, a certeza de que não mais é possível olhar o mundo com a inocência de antes, a consciência de que movimentos e atitudes, modos e tendências devem ser revistos para que o espírito acompanhe, sem desfalecer, as transformações planetárias em curso.
            O Espiritismo avança a largas braçadas, educando corações e mentes, mas, ainda assim, muitos espíritas conscientes  e sinceros se defrontam, inúmeras vezes, com questionamentos dolorosos acerca do melhor modo de agir perante ocorrências nem sempre felizes que o surpreendem cotidianamente, em todos os setores.  Como o espírita deve ser, como deve agir?
            André Luiz nos alerta que ser um bom espírita não significa benevolência absoluta com tudo e com todos e nem tampouco severidade na mesma medida."É necessário escolher atitude e posição de equilíbrio", não esquecendo de colocar que devemos conhecer a nós mesmos, para que efetuemos essa escolha com mais segurança e verdade..."
            O espírita deve ser verdadeiro, mas não agressivo, manejando a verdade a ponto de convertê-la em tacape na pele dos semelhantes;  Bom, mas não displicente que chegue a favorecer a força do mal, sob o pretexto de cultivar a ternura;         Generoso, mas não perdulário que abrace a prodigalidade excessiva, sufocando as possibilidades de trabalho que despontam nos outros; Doce, mas não tão doce que atinja a dúbia melifluidade (doçura, suavidade), incapaz de assumir determinados compromissos na hora da decisão;         Justo, mas não implacável, em nome da justiça, impedindo a recuperação dos que caem e sofrem. Claro, mas não desabrido, dando a idéia de eleger-se em fiscal de consciências alheias.
Franco, mas não insolente, ferindo os outros;
            Paciente, mas não irresponsável, adotando negligência em nome da gentileza; Tolerante, mas não indiferente, aplaudindo o erro deliberado em benefício da sombra;  Calmo, mas não sossegado que se afogue em preguiça; Confiante, mas não fanático que se abstenha do raciocínio; Persistente, mas não teimoso, viciando-se em rebelar-se;  Diligente, mas não precipitado, destruindo a si próprio.
            "Conhece-te a ti mesmo" - diz a filosofia, e para conhecer a nós mesmos, é necessário escolher atitude e posição de equilíbrio, seja na emotividade ou no pensamento, na palavra ou na ação, porque, efetivamente, o equilíbrio nunca é demais.  ANDRÉ LUIZ ("Opinião Espírita", 7, CEC)

Nenhum comentário:

Postar um comentário