terça-feira, 29 de maio de 2012

Confusão...

Confusão, confusão!
Gritam os inimigos da união.
Que fazer? Socorro pedir?
União, sem medo do porvir.

Na vida tereis lutas
Já nos advertira Jesus
Não te admires pois
De carregares a tua cruz!

Altos e baixos
Sempre tereis na vida
Não são as dificuldades
Que a tornam mais colorida?

Porque desanimar
Perante a adversidade?
Calma, confiança em Deus
E trabalho de continuidade.

Não desesperem nunca
Pois Jesus vela por nós.
Ele é o timoneiro
Nunca estaremos sós!

E assim, passo a passo
Estamos evoluindo
Passam as dificuldades
E na vida vamos sorrindo.


Poeta alegre

Psicografia recebida por JC em 8 Agosto de 2000, na reunião de desobsessão na ACE, C. Rainha, Portugal. 

Fonte: Artigos Espíritas

Valor de "x"


domingo, 27 de maio de 2012

EU TE ODEIO!



Novo mandamento vos dou: Que vocês amem uns aos outros…
Nada mais importa… O resto é perfumaria.
A ordem é amar o vizinho, o colega de escola ou de trabalho.
A ordem é ver a si mesmo no outro e assim sentir-se bem por meio do sucesso alheio.
Para fazer isto, vale tudo:
Se for necessário acreditar que Deus criou todas as coisas em 144 horas, para amar alguém, eu acredito.
Se for necessário acreditar que Jonas foi engolido por uma enguia elétrica, para amar alguém, vale à pena.
Mas, para amar alguém, você pode ou não acreditar nestas coisas. Pois o mandamento é amar.
Mas, mesmo assim, se for necessário crer que Moisés abria os mares e tirava águas de pedra e que dava inveja ao ilusionista David Copperfield, a gente acredita, que importa? O que importa é o Novo Mandamento: Amor!
Vamos deixar Saramago com suas perguntas primárias (“Como pode Deus tirar uma mulher de uma costela?). Talvez Saramago tenha dificuldade de abstrair… Não invista seu tempo e energia com questões primárias, mas foque-se no primordial: Só o amor pode fazer desta uma existência interessante e deste um mundo suportável aos seus habitantes. Fuja das intolerâncias.
Vamos nos focar no novo! O novo é: “Ame Saramago! Ame os que não conseguem abstrair.” Às vezes Saramago não tolera os intolerantes e assim faz-se um deles. Quanto a mim, quero tolerar todos os intolerantes, posto isto ser novo. Isto é amor. Leia Saramago!
Se um harém saiu de Adão, isto não deve ser fator impeditivo para eu ser tolerante com os desprivilegiados. Não deve ser estorvo para eu ajudar o necessitado. Não deve ser encosto para eu não dar a outra face. Sejamos humildes e não arrogantes. Isto também é novo: isto é amor!
Se for necessário eu acreditar que meus antepassados tiveram guelras, mesmo sendo só teoria ainda cientificamente não comprovada, para amar os outros, tá valendo!
Se for necessário acreditar que um Big Bang veio do nada e não de algum criador: beleza, posso também crer nisto para poder destilar amor a todos. Esta é só mais uma teoria cosmológica cientificamente não comprovada, mas é melhor amar que discutir o indiscutível. O amor é eterno. As teorias não. Vamos amar as pessoas com esta teoria ou com as demais que um dia a substituirão.
Para amar alguém, você pode ou não acreditar nestas coisas. Pois o mandamento é amar.
Vamos deixar Richard Dawkins com sua rebeldia juvenil, que está fundando um novo tipo de religião fundamentalista para agredir outros fundamentalistas agressivos. Novos e velhos adolescentes emocionais merecem o nosso amor e compreensão, não ódio. Talvez ele também tenha sido abusado por um clérigo pedófilo em sua infância, sei lá, e hoje está apenas dando o troco na pessoa errada: Deus! Isto Freud explica facinho: “A religião é comparável a uma neurose da infância.” (Sigmund Freud)
Deixemos Dawkins e sua ira de lado: “Não pague o mal como mal, mas pague o mal com o bem” é o novo mandamento. Pode ser que um dia ele entenderá o que leu: que o Velho já passou e hoje estamos no Novo, que é “Amar o outro, tolerar as diferenças e não odiar o outro”. Se Dawkins é fundamentalista, não sejamos também intolerantes religiosos, posto isto ser medieval! Ao contrário, vamos tolerar os diferentes… Isto é novo. Isto é amor.
Jesus nos deu um novo mandamento.
Nada mais importa… O resto é perfumaria.
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Para pensar!

Isto eu encontrei depois de finalizar este artigo:



“A única coisa que um judeu precisa saber é que Moisés ensinou que havia um só Deus para todas pessoas. O resto é irrelevante.

Um cristão precisa saber que o Cristo mensageiro disse para amar o próximo como a si mesmo e Deus sobre todas as coisas. O resto é irrelevante.
Os budistas precisam saber que Buda ensinou que devemos nos desprender de nosso orgulho, ego, cobiça e ambição material. O resto é irrelevante.
A única coisa que um muçulmano precisa saber é que a guerra santa que o profeta ensinou não é uma batalha contra outras crenças. E sim a conquista do nosso próprio mal, tentações e orgulho. O resto é irrelevante.
E a única coisa que um ateu precisa entender é que nós, não um deus distante, somos os responsáveis por nossas atitudes. O resto é irrelevante. “

Valores humanos e morais



 "Acreditamos que para que o homem atinja a perfeição não se pode menosprezar os valores do espírito. Todos estamos formulando votos aos poderes divinos que governam o mundo e a humanidade, para que o homem se volte para dentro de si mesmo a fim de que nós todos, dentro dessa interiorização, venhamos a compreender que sem os valores da alma não podemos avançar muito tão só com os valores físicos que são praticamente transitórios". (Chico Xavier)
O QUE SÃO VALORES HUMANOS

            Os valores humanos são fundamentos morais e espirituais da consciência humana. Todos os seres humanos podem e devem tomar conhecimento dos valores a eles inerentes. A causa dos conflitos que afligem a humanidade está na negação dos valores como suporte e inspiração para o desenvolvimento integral do potencial individual e conseqüentemente do potencial social. Não é possível encontrar o propósito da vida sem esses valores que estão registrados em nosso ser profundo, ainda que adormecidos na mente e latentes na consciência. Os valores são a reserva moral e espiritual reconhecida da condição humana.
            A vivência dos valores alicerça o caráter, e reflete- se na conduta como uma conquista espiritual da personalidade.
            No dinamismo histórico, os valores permaneceram inalteráveis como herança divina em cada um de nós, apontando sempre na direção da evolução pelo auto-conhecimento. Nesse grandioso drama humano, criado por nossos erros e acertos, os valores abrem espaço e trazem inovações essenciais para a sobrevivência da espécie e o cumprimento do papel do ser humano na criação.   Vivemos tempos críticos, violentos e desesperados; isso acontece devido ao fato de grande parte da humanidade ter esquecido seus valores e tê-los considerado até ultrapassados e desinteressantes.
            O medo , o desamor e o engano têm qualificado nossos relacionamentos emotivos e operativos com os nossos semelhantes e com o mundo. Verificamos que, sem o exercício dos valores intrínseco ao ser humano, andamos por caminhos de dor, deteriorando a qualidade de vida no planeta. Neste século, fomos mobilizados por ideologias que inverteram a escala de valores e assim estabeleceram tensões sócio- econômicas, gerando perplexidades, individualismo e desalento. Por outro lado, não podemos deixar de enfocar que, apesar do descompassado desenvolvimento que tivemos, negligenciando o humano em prol da economia e da tecnologia, desse caldo borbulhante de inquietações e discrepâncias surgiu a mudança dos conceitos de poder e felicidade.
            A constatação da ineficácia das coisas materiais, da fama e do poder econômico como portadores de felicidade, trouxe à tona a auto-indagação e a necessidade de mudanças. Pouco a pouco percebemos que a felicidade é uma conquista da alma e portanto independe de circunstâncias ou satisfação de desejos.
            Tudo isso nos obriga a uma redefinição do que é poder; cada vez mais fortemente sentimos que o amor fraterno e o conhecimento compartilhado anulam a disputa e a necessidade de domínio. As relações de poder mudam na medida em que os valores c riam novos significados e maneiras de conceber a vida. Estamos em uma encruzilhada: ou aceitamos a renovação pessoal e social pelo reconhecimento dos valores e os elaboramos interiormente, ou nos agarramos a convicções preconceituosas, arcaicas e individualistas, fugindo do compromisso histórico.
            O resgate dos valores humanos é nosso grande desafio, mas o ser humano tem reservas inesgotáveis de transformação. Temos nos valores morais e espirituais o grande instrumento de aprimoramento e o traço de união dos povos, sem distinção. Os valores promovem a verdadeira prosperidade do homem, da nação e do mundo. "
Valores morais
629 – Que definição se pode dar da moral?
“ A moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir  o bem do mal. Funda-se na observância da Lei de Deus. O homem procede bem quando faz tudo pelo bem de todos, porque então cumpre a Lei de Deus” – O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, parte III, Das Leis Morais, cap. I.
            Desde o nascimento nos é ensinado o que é certo e errado e a partir disso reproduzimos os valores impostos pela sociedade. Antes de mais nada, valor moral pode ser definido como "respeito à vida", não apenas a vida individual mas sim a vida coletiva, já que vivemos coletivamente, dependendo uns dos outros.
            A última pesquisa de IVH (Índice de Valor Humano) mostrou que na opinião dos brasileiros, de forma geral, o que é necessário mudar no Brasil para a qualidade de vida melhorar de verdade é em primeiro lugar, a educação, seguida de política pública, violência, valores morais e emprego. Já no Estado de São Paulo houve uma variação em relação à opinião nacional, ficando valores morais em primeiro lugar.
            De qualquer modo, a discussão sobre os valores morais se mantém em posição de destaque, visto que a sua compreensão é deveras importante para o bom funcionamento da sociedade como um todo. Mas como e quando ficou definido o que é correto e o que é considerado errado do ponto de vista social? Tanto religião quanto o livre arbítrio do homem se relacionam com a construção dos ideais de ética e moral, sendo que estes são passados de geração para geração, numa linha perpétua de integração em nossa sociedade. A religião oferece ao homem os pilares necessários para a interpretação sobre a distinção entre o certo e o errado, e ao homem cabe o livre-arbítrio e bom senso para " moldar" estes pilares de acordo com as necessidades coletivas.
            Mas por que os valores morais são tão importantes na sociedade? Ora, eles são os responsáveis pela manutenção da ordem entre as pessoas, sendo inclusive ensinados desde o berço. É fácil imaginar em que situação o mundo se encontraria atualmente caso o homem ignorasse as leis formuladas a partir dos conceitos de ética e moralidade. É certo que o homem possui o direito de ter sua liberdade de expressão e escolha, porém tudo é passivo de limites. Caso contrário, diante de quaisquer adversidades que surgissem em nosso caminho, retornaríamos ao nosso estado primitivo e resolveríamos todos os problemas de maneira antiquada, desprovida de ética e moral, como fazem os criminosos, notadamente não seguidores dos valores morais.
            Em síntese, valor moral além de ser um instrumento indispensável para o bom funcionamento da sociedade e integração dos indivíduos nela, também significa respeito à vida. À nossa vida e à vida das pessoas ao nosso redor.
            Muitas pessoas acreditam que atualmente alguns valores estejam esquecidos, assim como os morais. E, por isso a sociedade esteja meio perdida. Sendo assim com o esquecimento destes valores morais o comportamento humano passa a ficar cada vez pior, especialmente a relação e o modo como as pessoas passam a viver, a agir e a se comportar com seus semelhantes.
            Valores morais importantes: respeito, gentileza, honestidade, educação, bom-senso, sinceridade, solidariedade, bondade, paciência, ética...
            A partir do momento em que, todas as pessoas praticam estes valores muitas coisas começam a mudar na sociedade. Quando todos se respeitam assim como se deve ser, tudo muda, ou seja, com respeito existindo a coisas se tornam melhores. Quando a educação é praticada por todos há menos brigas, menos discussões acontecem, quando todos praticam atos gentis tudo se modifica. Quando uns ajudam aos outros, sem pensar somente em dinheiro e no individualismo a solidariedade acontece.

 

Como podemos praticar esses valores?


            Podemos começar não jogando lixo nas ruas, não ultrapassando no sinal vermelho, ajudando um idoso a carregar suas compras, cedendo o lugar no ônibus para uma gestante, não se estressando sem necessidade. Pois todas essas são atitudes que podem modificar tudo. São valores morais importantíssimos.
            Comece a praticá-los e passe a perceber como fazem a diferença e realmente são importantes para a sociedade. Por isso é aconselhável que todos os pratiquem e não somente os deixem na teoria.
            Concluímos que os valores humanos e morais são imprescindíveis e extremamente necessários para todos, por isso, para que eles não deixem de existir é necessário que os pratiquemos, e assim serão passados adiante em nossa sociedade.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

"A vida é aquilo que você deseja diariamente"


A sábia frase do nosso saudoso amigo André Luiz, Nos lembra do poder do pensamento. Se acordarmos e agradecermos a Deus por mais um dia de vida, essa gratidão nos trará raios de paz. 


Se levantarmos e falarmos, "nada de ruim irá acontecer comigo!" Você registrará na sua mente que nada de ruim vai acontecer. Lembre-se, o nosso estado físico é o reflexo dos nossos pensamentos. 

Se acordarmos falando: "ai, acho que vou pegar uma gripe!" Pode ter certeza que você pegará essa gripe, pois está registrado na sua mente que ficará doente. 

O rosto é Reflexos do que pensamos. Se está chateado, sorria, se está com um incômodo, sorria, se a amargura bater em sua porta, sorria. Se o seu rosto estiver bem, todo o seu corpo ficará melhor.

Pedimos ao Pai a cura da alma, e lembraremos que a cura do corpo, pertence aos nossos pensamentos positivos, na luz de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, Nossa Senhora, e todos os espíritos de luz e energias divinas que possam nos ajudar neste nosso caminho.



Humildade...

São tempos de luta
Estes, da humanidade
Buscas uma solução?
Humildade, humildade

Ricos contra pobres
Bem versus maldade
Queres melhorar?
Humildade, humildade.

No lar conturbado
Almejas tranquilidade
Que solução buscar?
Humildade, humildade

No trabalho que t’alimenta
Não tens solidariedade
Não sofras com isso
Humildade, humildade

Junto dos amigos
Não encontras amizade?
Ama tu o próximo,
Humildade, humildade

Em qualquer situação
E em qualquer idade
A solução para tudo
Humildade, humildade

Se assim procederes
Praticando a caridade
Tua vida será um hino
À humildade, humildade

Casimiro Cunha

Psicografia recebida por JC na reunião mediúnica do Centro de Cultura Espírita, C. Rainha, Portugal, em 8 de Maio de 2012 


domingo, 20 de maio de 2012

DEFICIÊNCIAS - Mario Quintana

SUPERSTIÇÃO E ESPIRITISMO


São muitas as superstições. Há os que acreditam na lenda do saci-pererê, da mula sem-cabeça, dá crença de que gato preto dá azar. Há também quem diga que não se deve passar por baixo de escadas, ou que não se deve brindar com refrigerante e outras crendices que absolutamente, não têm nenhum fundamento. Segundo o Novo Dicionário Aurélio, superstição é o sentimento religioso baseado no temor e na ignorância e que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança em coisas ineficazes; crendice. Crença em presságios tirados de fatos puramente fortuitos. Apego exagerado e/ou infundado a qualquer coisa: A moça tem a superstição do número treze.
            A Doutrina Espírita credita as superstições à imaginação fantasiosa e à ignorância. Nada é casual, acidental, inopinado ou imprevisto na natureza. O item 2 do capítulo 18 do livro A Gênese, de Allan Kardec, diz que "Tudo na criação é harmonia; tudo revela uma previdência que não se desmente, nem nas menores, nem nas maiores coisas". Na questão 529 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta:-"Que se deve pensar das balas encantadas, a que se referem algumas lendas e que atingem fatalmente o alvo?"
            A resposta: —Pura imaginação; o homem gosta do maravilhoso e não se contenta com as maravilhas da Natureza. Na complementação da resposta a questão 555, Kardec diz:-"O Espiritismo e o magnetismo nos dão a chave de uma infinidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu muitas fábulas, em que os fatos são exagerados pela imaginação. O conhecimento esclarecido dessas duas ciências, que se resumem numa só, mostrando a realidade das coisas e sua verdadeira causa, é o melhor preservativo contra as idéias supersticiosas, porque revela o que é impossível, o que está nas leis da Natureza e o que não passa de crença ridícula."
            A Ciência descarta as crendices, por não terem fundamento lógico. E o Espiritismo marcha lado a lado com a Ciência. O item 8 do primeiro capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, diz que "A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material, e a outra as leis do mundo moral. Mas aquelas e estas leis, tendo o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se umas forem a negação de outras, umas estarão necessariamente erradas e as outras certas, porque Deus não pode querer destruir a sua própria obra...."
            "A Ciência e a Religião não puderam entender-se até agora, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, repeliam-se mutuamente"..." A instrução do Espírito de Verdade: "Espíritas: amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os "erros que nele se enraizaram são de origem humana; e eis que, de além-túmulo, que acreditáveis vazio, vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal; sede os vencedores da impiedade!" - O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 6, item 5, nos conduz a outro raciocínio: quem se instrui, capacita-se a conhecer a verdade e só ela libertará o homem da ignorância.
            O desconhecimento da verdade faz com que o homem permaneça na ignorância, que o conduz à fé cega. Esta, por sua vez, conduz o homem ao fanatismo. Quando se conhece a verdade, trilha-se o caminho da fé raciocinada. Servindo-nos ainda do Evangelho, capítulo 19, item 6: "No seu aspecto religioso, a fé é a crença nos dogmas particulares que constituem as diferentes religiões, e todas elas têm os seus artigos de fé. Nesse sentido, a fé pode ser raciocinada ou cega. A fé cega nada examina, aceitando sem controle o falso e o verdadeiro e a cada passo se choca com a evidência da razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Quando a fé se firma no erro, cedo eu tarde desmorona. Aquela que tem a verdade por base é a única que tem o futuro assegurado, porque nada deve temer do progresso do conhecimento, já que o verdadeiro na obscuridade também o é à plena luz. Cada religião pretende estar na posse exclusiva da verdade, mas preconizar a fé cega sobre uma questão de crença é confessar a impotência para demonstrar que se está com a razão.
            'No item seguinte deste capítulo, Allan Kardec diz que "Para crer, não basta ver, é necessário sobretudo compreender. A fé cega não é mais deste século". Ora, Kardec disse isso no século passado. Logo, a afirmação está mais do que apropriada. As superstições e crendices são como as bênçãos e maldições, que atraem para o bem ou para o mal as pessoas cujos pensamentos estejam na mesma sintonia daqueles que os emitiram.
            Na complementação da resposta à questão 549 de O Livro dos Espíritos, Kardec explica:-"A dependência em que o homem se encontra, algumas vezes, dos Espíritos inferiores, provém da sua entrega aos maus pensamentos que eles lhe sugerem, e não de qualquer espécie de estipulações feitas entre eles. O pacto, no sentido comum atribuído a essa palavra, é uma alegoria que figura uma natureza má simpatizando com Espíritos malfazejos."
            Na questão 550, Kardec pergunta; "Qual o sentido das lendas fantásticas, segundo as quais certos indivíduos teriam vendido sua alma a Satanás em troca de favores?" A resposta: “-Todas as fábulas encerram um ensinamento e um sentido moral, é o vosso erro é tomá-las ao pé da letra. Essa é uma alegoria que se pode explicar assim: aquele que chama em seu auxílio os Espíritos, para deles obter os dons da fortuna ou qualquer outro favor, rebela-se contra a Providência, renuncia à missão que recebeu e às provas que deve sofrer neste mundo e sofrerá as conseqüências disso na vida futura.
            Isso não quer dizer que sua alma esteja para sempre condenada ao sofrimento. Mas, porque em vez de se desligar da matéria ele se afunda cada vez mais, o gozo que preferiu na Terra não o terá no mundo dos Espíritos, até que resgate a sua falta através de novas provas, talvez maiores e mais penosas. Por seu amor aos gozos materiais coloca-se na dependência dos Espíritos impuros; estabelece-se entre eles um pacto tácito, que o conduz à perdição, mas que sempre lhe será fácil romper com a assistência dos bons Espíritos, desde que o queira com firmeza.

Conclusão:
            Nós espíritas, não acreditamos em superstições e crendices, não acreditamos no acaso, ou que um gato preto, uma data ou até mesmo um talismã possam modificar ou atrapalhar o andamento e o rumo das nossas vidas.
            Reputar a essas coisas legitimidade de decidir ou modificar nossas vidas, é passar nossa responsabilidade a terceiros, esquecendo-nos da lei de efeito e causa ou lei de ação e reação.
            Somos responsáveis por tudo que nós acontece, pois temos o livre-arbítrio e o poder de tomar decisões a todos os instantes, o que automaticamente nos deixa expostos as conseqüências  dessas decisões, ou seja , causa e efeito, que é comumente traduzido no espiritismo pela expressão  “ a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.”
            Superstição é um sentimento religioso baseado no temor e na ignorância, o que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas, ou seja, justamente ao contrario do espiritismo que não aceita dogmas, é baseado na fé raciocinada onde tudo há um porquê e um motivo justo e racional para acontecer.
            Como imaginar que um simples gato preto ou a presença de uma inocente coruja no telhado possa significar males maiores? Como aceitar a idéia de que o pé que primeiro pisa no chão, de manhã, possa determinar as ocorrências do dia? E mais, como entender o absurdo de devemos sair pela mesma porta que entramos? E que tipo de influência a roupa branca pode causar na passagem de ano?                               Ou será mesmo que acreditamos que bater três vezes na madeira pode alterar o rumo das coisas? E tem algo a ver com a grandeza da vida o fato de ingerirmos certos alimentos em determinados dias, por imposição de medos imaginários? 
            Ora, convenhamos! Nossa felicidade ou nossa desdita estão determinadas pela postura e comportamento que adotamos. São as opções de vida que determinam os acontecimentos. Opções de caráter reto, digno, honesto, geram resultados de paz de consciência. Atos imorais geram aflições, intranqüilidade. Algum absurdo nisto?
            São os pensamentos, a intenção e a vontade que atraem situações provocadoras de aflições ou sofrimentos. Pensando no mal, alimentando inveja e ciúme, rancor ou sentimento de vingança, atraímos exatamente essas ondas mentais que conviverão conosco e naturalmente facilitarão ocorrências desagradáveis. O inverso também é real: pensando no bem, nutrindo pensamentos de amor ao próximo, de confiança em Deus, estaremos sintonizados com o bem geral que governa o Universo, para desfrutar de paz e harmonia interior.
            Gestos, roupas especiais, objetos materiais, acessórios místicos, atitudes impostas por padrões que escapam ao exame do raciocínio e da lógica, nenhuma influência possuem para nos proteger ou mudar o rumo dos acontecimentos. Estes são sim alterados pela nossa decisão e opção mental. Se achamos que o chamado “mal feito” vai nos atingir, estaremos entregues à prisão mental que nós mesmos criamos. 
            Já é hora de nos libertarmos de tais bobagens. Aprendamos a viver livres de superstições, tomando posse de nossa herança de filhos de Deus que devem buscar continuamente o próprio aperfeiçoamento, ao invés de nos prendermos a idéias impostas para criar medo e dependência. Esses condicionamentos só existem na mente de quem os aceita. E cada um de nós tem o dever de construir a sua e a felicidade alheia.
            Afinal, vivemos para que? Satisfação egoística, medos condicionados ou felicidade construída dia-a-dia?

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Tudo tem um começo


Um Sábado Qualquer

Estudo da História - Lançamento e queima de livros a 150 anos


No início de 1861, Allan Kardec lançava O Livro dos Médiuns – guia dos médiuns e dos evocadores. No dia 9/10/1861, em Barcelona, foram queimados centenas de livros espíritas, a maioria de autoria do Codificador, inclusive O Livro dos Médiuns.
Um dos últimos Autos de Fé de nossa história, ao queimar os livros espíritas, não conseguiu destruir as idéias e o ideal. Ao contrário, o fogo resultou a fumaça que subiu alto e se esparziu… As idéias, o ideal e a difusão se fortificaram com o ato inquisitorial.
Da mesma forma, as perseguições e incompreensões perpetradas contra médiuns e líderes espíritas ao longo dos tempos, tão somente contribuíram para consolidar registros notáveis de exemplos e de dedicação.
Na atualidade, devemos cultivar o direito de manifestação e o da compreensão da diversidade religiosa, mas também é o momento adequado para se disseminar os princípios espíritas.
O fogo não deve ser empregado para a destruição, mas principalmente para a iluminação, à semelhança da candeia que deve ser colocada “sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa” (Mateus, 5:15).

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Espiritismo - Da França ao Brasil


Na Europa no século XIX, um fenômeno "sobrenatural" reunia pessoas em volta de mesas girantes.
Perguntas eram feitas a essas mesas, as respostas se davam através de batidas dos pés da mesa no chão. Uma batidas significava um Sim, Duas batidas, um não.
Um Homem decidiu estudar este fenômeno, e descobriu que havia Inteligência por trás destas mesas.
Eram Espíritos.
Deste estudo, no dia 18 de Abril, em Paris, foi publicado "O Livro dos Espíritos". Livro financiado pelo próprio Rivail, neste mesmo ano também é criado o seu famoso pseudônimo "Allan Kardec".
A Obra ganhou opositores, sendo perseguida e praticamente extinta na Europa após a Segunda Guerra.
Dom Palau em oposição queima mais de 300 obras espíritas em Barcelona. 
Porém haviam enviado verdadeiras jóias literárias ao Brasil (Livros espíritas).
Atualmente é aqui que se encontra o espiritismo, em grande quantidade. É o primeiro país com grande número de adeptos a doutrina espírita.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

SOBRE O “ANENCÉFALO”. Texto de Irvênia Prada.



O STF - Supremo Tribunal Federal acaba de legalizar o abortamento intencional do “anencéfalo”. Dezenas de hospitais em todo o território nacional serão credenciados para cumprirem esse procedimento, com treinamento de médicos e outros profissionais da área da saúde. Tanto investimento... para se executar a morte de seres indefesos! Entramos perigosamente em uma era em que mesmo na linha de produção da vida, não se toleram imperfeições. Apresentou algum defeito? Vai para o descarte!

          Como entender o que está acontecendo? Vamos por partes! 

O que se entende por anencéfalo? 

          A Terminologia Anatômica Internacional (lista oficial de termos anatômicos) considera como encéfalo, a porção do sistema nervoso que se aloja dentro da cavidade craniana, sendo composta pelo tronco encefálico, cerebelo, diencéfalo e cérebro (hemisférios cerebrais). Portanto, os termos cérebro e encéfalo não são sinônimos, apesar de serem utilizados vulgarmente como tal. Considerando-se que as partículas “a” e “an” utilizadas como prefixo indicam ausência, supressão, negação, a rigor anencéfalo seria o indivíduo sem encéfalo, isto é, com a cavidade craniana totalmente oca, vazia, o que em absoluto, não é o caso desses fetos. Eles são chamados de “anencéfalos”, mas não são anencéfalos. O correto seria dizer que eles são portadores de “malformação encefálica” e por vezes, também de “malformação craniana”, quando não se completa o fechamento superior da cavidade óssea. 

Como se caracteriza o encéfalo de um “anencéfalo”? 

          Cada caso é um caso, mas uma coisa é certa: todo feto (chamado de) “anencéfalo” que se desenvolve de maneira organizada no útero materno, formando um corpinho com características humanas, com batimentos cardíacos e outras funções viscerais, tem preservada, pelo menos, a porção mais profunda do encéfalo, que o neurocientista Wilder Penfield nomeia de “tronco cerebral alto”, e que incluiria o tronco, o cerebelo, o diencéfalo e a base dos hemisférios cerebrais. Esse tronco cerebral alto, que todo anencéfalo tem, sustenta os mecanismos neurofuncionais da respiração, do rítmo circadiano de sono/vigília, dos batimentos cardíacos, do peristaltismo gastrointestinal, do controle de temperatura orgânica, do controle vasomotor, do controle de motoneurônios e de “gates” nas vias neurais da dor. 

          O que geralmente falta é a porção mais superficial dos hemisférios cerebrais, isto é, partes maiores ou menores do córtex cerebral, que é a camada de substância cinzenta que reveste externamente os hemisférios cerebrais. 

Os “anencéfalos” têm espírito? 

          O conceito equivocado de que o “anencéfalo” não tem cérebro, leva muita gente do meio espírita a concluir, também equivocadamente, que “não tendo cérebro, não deve ter espírito”, o que poderia justificar a indicação do aborto. A Dra. Marlene Nobre, em artigo na Folha Espírita, no. 368, esclarece: “...os corpos para os quais poderíamos afirmar que nenhum espírito estaria destinado seriam os dos fetos teratológicos, monstruosos, que não tem nenhuma aparência humana, nem órgãos em funcionamento”. Portanto, este não é o caso dos “anencéfalos”. A questão 356 b de O Livro dos Espíritos também é bastante elucidativa. Pergunta-se: “Toda criança que sobrevive tem necessariamente, um espírito encarnado?” Resposta : “Que seria ela, sem o espírito? Não seria um ser humano”. 

          Como nos esclarece a literatura espírita, a ligação da consciência com o corpo físico se faz com a implicação de estruturas integrantes do tronco cerebral alto, que todo “anencéfalo” tem (inclusive a glândula pineal), conforme se lê nas obras de André Luiz “Evolução em Dois Mundos”, capítulos IX e XIII, “Entre a Terra e o Céu”, capítulo XX e Missionários da Luz, capítulo 2. 

          É importante que se tenha em mente: todo feto que se desenvolve no útero materno, formando um corpinho com características humanas, com batimentos cardíacos e outras funções viscerais, mesmo sendo portador de malformação encefálica, é um espírito reencarnante na vigência de difícil prova, necessitando mais do que nunca, da misericórdia e do amor de todos nós. 

Os “anencéfalos” podem sobreviver? 
          Segundo a Sociedade Brasileira de Genética Médica, em mais de 50% dos casos, a morte do feto se dá ainda durante a gestação. Alguns vivem por horas, semanas, meses ou alguns anos, após o nascimento. Existem na mídia, relatos emocionantes de vários casos de “anencéfalos” que vivem por períodos mais dilatados, cercados pelo amor dos pais e outros familiares e assim vão vencendo as suas dificuldades reencarnatórias. 

          Especialmente para nós, que nos dizemos espíritas, o tempo de vida que se supõe para uma criança, não pode representar critério para se decidir quem deve viver e quem deve morrer. Por vezes uma curta gestação é o tempo de que o espírito precisa para se recompor de algum problema em seu perispírito. Além do mais, não fomos nós que criamos a vida, nem sequer a dos nossos próprios filhos. Ela é um bem outorgado. Cada novo ser que se forma a partir da célula ovo (zigoto) é único no universo e a sua vida não pertence à família, ao estado, ao médico e nem aos ministros do STF, mas somente a ele mesmo e Àquele que o criou. 

A mãe que gesta um “anencéfalo” corre riscos em sua saúde ? 

          Estudos realizados na Universidade Federal de São Paulo indicam que metade das mulheres com gestação de “anencéfalos” apresenta variações no líquido amniótico. Como esses fetos de modo geral têm dificuldades de deglutir esse líquido, ele se acumula em quantidade maior na bolsa amniótica. Os cuidados médicos são portanto necessários, como em qualquer gestação, pois são muitas as situações, além desta de que estamos tratando, em que os riscos para as mães, podem ser maiores. 

Pode haver conseqüências negativas para a mãe que aborta? 

          O Dr. Gilson Luis Roberto, presidente da Associação Medico-Espírita do Rio Grande do Sul, autor de um dos capítulos do livro “A Vida do Anencéfalo. Aspectos científicos, religiosos e jurídicos” (AME – BR, 2009)”, chama a atenção para o fato de que hoje há muitas pesquisas indicando o pulso inconsciente do chamado “luto incluso”, ou seja, de um luto que não foi efetivamente vivenciado, uma vez que o feto abortado não é sepultado, pois ele é incinerado juntamente com outros “resíduos hospitalares”. Esse luto que foi negado permanece no sub-consciente da mãe gerando, a médio prazo, perturbações mentais alicerçadas no sentimento de culpa, no remorso e, como sabemos, nos processos obsessivos que normalmente aí se instalam. Nenhum de nós, continua o Dr. Gilson, que defende a vida do feto, está alheio ao sofrimento da mãe e da família. Mas, o aborto intencional está longe de ser a solução. É imperativo o amparo estatal e a fraternidade de familiares e amigos no cuidado de ambos, mãe e filho, pois mais do que ninguém, nós espíritas sabemos da necessidade dos reajustes reencarnatórios e do aprendizado de novas lições, que atinge a todos nós. O que dizem os favoráveis ao abortamento Mesmo em se considerando apenas aspectos científicos no caso dos “anencéfalos”, muitas são as opiniões equivocadas que circulam pela mídia – “esse feto sem cérebro não tem condições de viver”; “já é um feto morto”; “é um computador sem processador”; “a mãe carrega em seu útero um cadáver”... Infelizmente, também não encontram fundamento algum dentro da Neurociência e da Psiquiatria, segundo meu entendimento, os textos correspondentes aos votos dos oito ministros do STF que se pronunciaram favoravelmente ao abortamento intencional do “anencéfalo”, conforme matéria da Folha de São Paulo – C1, de 13 de abril/12: “O feto anencéfalo é incompatível com a vida” (Ministro Marco Aurélio Mello – relator); ”Não há interesse em se tutelar uma vida que não vai se desenvolver socialmente” (Ministra Rosa Weber); “O feto anencéfalo não tem viabilidade de desenvolver uma vida extrauterina” (Ministra Cármen Lúcia); “O feto anencéfalo não está vivo e sua morte não decorre de práticas abortivas” (Ministro Celso de Mello); “O aborto neste caso, zela pela saúde psíquica da mulher” (Ministro Gilmar Mendes). Pelo contrário, senhores ministros, tudo o que hoje sabemos dos “anencéfalos” somente vem a favor de uma firme postura contra seu abortamento intencional e sua eventual disponibilidade como doadores de órgãos. Como nós, ele também são seres humanos e merecem todo o nosso respeito, até porque se encontram fragilizados e precisam de amor, de muito amor, e não de uma sentença de morte. 

          Como é difícil convencer os abortistas, mesmo através de argumentos apenas “científicos”, uma vez que por premissa eles se mostram refratários a posturas religiosas. A Dra. Marlene Nobre – presidente da AME (Associação Medico-Espírita) do Brasil e eu estivemos presentes em uma audiência pública em que se discutiu a questão do abortamento do “anencéfalo”, no STF em Brasília, em setembro de 2008 e lá tivemos oportunidade de expor aos senhores ministros e aos participantes, todos os argumentos possíveis, em favor da vida desses pequenos seres indefesos. Quando nos retirávamos do recinto, uma pessoa da mídia nos abordou, elogiou nosso esforço, mas nos alertou para o fato já conhecido, de que na cabeça petrificada “deles” não entraria mais nada... e foi o que aconteceu! 

Preocupações que surgem 

          A decisão favorável do STF pela interrupção da gestação de “anencéfalos”, com o tempo pode se ampliar para outros casos, pois existem várias anomalias congênitas graves, como a agenesia renal bilateral (ausência de formação dos rins), a holoprosencefalia (ausência de formação do lobo frontal do cérebro) e malformações cardíacas e cerebrais múltiplas, alem de aberrações cromossômicas. Quem vai conseguir limitar o grau de abertura dessa lamentável decisão? 

Concluindo... 

          Dos dez ministros do STF que votaram em relação ao abortamento do “anencéfalo”, houve apenas dois votos contrários, o do Ministro Ricardo Lewandowski e o do Ministro Cézar Peluso. O primeiro alegou razões de ordem, referindo que a decisão do assunto não cabia ao STF, mas sim ao Congresso Nacional, enquanto o segundo votou pelo mérito da questão, declarando: “O feto anencéfalo está vivo. Assim, a interrupção da gestação é crime tipificado como aborto”. Parabéns, Senhor Ministro, por ter apreendido o verdadeiro sentido da questão e por ter tido, solitário, coragem de respeitar a vida cumprindo assim, com dignidade, o papel que lhe foi outorgado, de executor da verdadeira justiça. 

          Sou atuante nos movimentos de defesa e proteção dos animais e tantas vezes me peguei entristecida pela maneira como eles são (mal) tratados por seres humanos insensíveis. 

          Agora, pergunto como qualificar esse sentimento que me invade, frente à “coisificação” de um pequenino ser humano completamente fragilizado e indefeso, em formação dentro do útero de sua mãe! “Coisa” que se resolve descartar porque incomoda, fere a “dignidade da mulher”, como postulam os defensores do aborto. Aliás, eles não gostam que se chame o procedimento que recomendam, de “aborto”, mas sim de “antecipação do parto”! Como bem referiu Lenise Garcia, do “Movimento Brasil sem Aborto”, “Já temos um problema concreto: a criança nasce viva, mas está juridicamente morta, segundo o STF. Ela vai ter certidão de nascimento ou de morte?” 

          A Madre Tereza (de Calcutá) tinha razão ao dizer: - “O aborto provocado é uma das minhas maiores cruzes; é a barbárie contra a paz do mundo, porque se uma mãe é capaz de matar o seu filho, o que pode evitar que nos matemos uns aos outros?”


Irvênia Prada é médica veterinária, Professora Titular Emérita (aposentada) da Faculdade de Medicina Veterinária da USP, com especialização em Neuroanatomia. Membro da Associação Medico-Espírita do Brasil, atuante na divulgação da Doutrina Espírita.

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Deus não dá presentes


Se ficarmos acomodados esperando que as coisas "caiam" dos céus enviadas por Deus, dificilmente conseguiremos realizar nossos sonhos. Correr atrás e batalhar com o suor dos nossos esforços costuma dar mais certo.