segunda-feira, 7 de maio de 2012

ABORTO, NÃO!



Alguns países do mundo vêm legalizando o aborto e, também no Brasil, vários segmentos da sociedade pressionam para que o povo escolha, por meio de um plebiscito, se o aborto deve ser legalizado ou não.
A seguir listamos alguns dos argumentos utilizados pelos defensores da legalização do aborto:
o       A prática do aborto é inevitável, legalizado ou não ele continua a ocorrer. Em países onde o aborto é legalizado a taxa de mortalidade das mulheres é quase nula, ao contrario de países onde ele é proibido, em que as taxas são altíssimas, porque são feitos em cínicas clandestinas;
o       O corpo é da mulher e ela tem o direito de decidir se quer ou não continuar a gestação.
o       As crianças que nasceram apenas porque seu abortamento não foi permitido têm grandes chances de serem marginalizadas na família e na sociedade. Isso pode gerar: problemas no desenvolvimento da criança, abandono escolar, delinqüência juvenil, instabilidade na família, baixa auto-estima etc. Se tivesse sido abortada não haveria esses problemas, além do que, a pratica do aborto pode ser uma forma de controle de natalidade que diminuiria a desigualdade social, já que as famílias pobres teriam menos filhos.
o       A criança que foi gerada por violação (estupro) sempre causará à mãe a lembrança desse ato traumático. Essa criança tem grande chance de ser marginalizada na família e na sociedade.
E como fica o aborto do ponto de vista espírita?
Na questão 880 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta sobre qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem, e recebe a seguinte resposta: “O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal.”
Diante dessa resposta dos Espíritos superiores, o nosso ponto de partida é: a vida é um bem indisponível. A defesa dessa tese, no caso do tema do aborto, leva à seguinte questão: Quando começa a vida?
A definição sobre o começo da vida humana varia conforme convicções morais, religiosas, científicas, filosóficas, jurídicas. Abaixo, confira as principais etapas do desenvolvimento do ser humano e as várias crenças sobre o início da vida, conforme publicado na Revista Veja edição, edição de 25 abr. 2007:
o       Fecundação
É quando o espermatozóide penetra no óvulo formando o embrião, que carrega toda a carga genética do futuro ser humano. Católicos e protestantes acreditam que a vida começa na fecundação. Na embriologia, ciência que estuda o desenvolvimento do embrião, essa visão também é predominante.
o       Nidação
É o momento em que o óvulo fecundado se fixa à parede do útero, já preparado para alimentá-lo. Parte dos geneticistas e fisiologistas acredita que a vida começa na nidação, pois é a partir dessa etapa que o embrião tem condições reais de se desenvolver.
o       Duas semanas
É quando o embrião acelera sua reprodução e começam os primeiros vestígios de formação dos órgãos, inclusive do sistema nervoso. A maioria dos neurocientistas acredita que a vida começa com a formação do cérebro. A opinião é partilhada por juristas brasileiros.
o       8 a 16 Semanas
É o período em que o embrião vira feto, com o aparecimento de membros e órgãos. É até esse momento que o aborto é permitido na maioria dos países. Para o islamismo. a vida começa na 16ª semana, que é quando o ser humano adquire uma alma.
o       27 Semanas
É por volta dessa etapa que o feto começa a ter sensações, como a dor. Para uma corrente de neurocientistas, o começo das sensações, só possível com um cérebro mais desenvolvido, é o que demarca o início da vida humana.
o       Nascimento
 Em condições normais, o bebê nasce depois de nove meses de gestação, mas com o avanço da medicina já existem casos de bebês que sobreviveram ao nascer com menos de seis meses. Os filósofos estóicos da Grécia antiga entendiam que a vida humana começava no parto. É a mesma concepção de parcela expressiva ao pensamento judaico. Para alguns juristas brasileiros, só ao nascer o bebê adquire os direitos garantidos pela Constituição.
E para nós espíritas, em que momento começa a vida humana? A resposta também se encontra em O Livro dos Espíritos:
·        “A união (entre a alma e o corpo) começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.” (LE 344)
E Kardec explica, em A Gênese:
·        “Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior.” (GE, Cap. 11, item 18)
Agora que conhecemos, em detalhes, como se dá o início da vida humana, vamos verificar a orientação dos Espíritos superiores a respeito do aborto. Quando Kardec pergunta se constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação, os Espíritos respondem:
o       “Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.” (LE 358)
O preclaro mentor do nosso querido Chico Xavier assim se expressa a respeito do assunto:
o       “Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião. Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais... Furtos espetaculares que inspiram vastas medidas de vigilância... Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza... Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.” (Emmanuel, Religião dos Espíritos, Aborto delituoso, p. 17)
o       “Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais in­conscientes determinam a morte dos próprios filhos, as­fixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz. (Emmanuel, Vida e Sexo, Capítulo 17, Aborto, P. 73)

Conclusão
A função do Espiritismo é esclarecer, confortar e consolar nos instantes cruciais da existência (Martins Peralva, O pensamento de Emmanuel, Cap. 4). Para Manoel Philomeno de Miranda, “a queda é natural, mas o soerguimento é impositivo da marcha e Espírito algum pode permitir-se o luxo de desistir, porém, continuar tentando, de todas as formas possíveis, a realização dos compromissos libertadores” (Entre dois mundos, Cap. 11). Assim,  se alguém errou no campo do abortamento, o Espiritismo esclarece que é preciso seguir a marcha e, por meio da prática do bem, reverter ou atenuar suas conseqüências, conforme os dizeres de Pedro (1Pe 4:8): “o amor cobre a multidão de pecados.”
Isso é o que também nos ensina Emmanuel: “A prática do bem, simples e infatigável, pode modificar a rota do destino, de vez que o pensamento claro e correto, com ação edificante, interfere nas funções celulares, tanto quanto nos eventos humanos, atraindo em nosso favor, por nosso reflexo melhorado e mais nobre, amparo, luz e apoio, segundo a lei do auxílio” (Pensamento e vida).
 Como vimos, constitui-se em grave comprometimento com as leis divinas a provocação do aborto em qualquer fase da gravidez, uma vez que tal iniciativa impede que o Espírito, já ligado ao embrião, renasça no corpo físico que lhe servirá como instrumento de progresso. Dessa forma, o Movimento Espírita posiciona-se contrário aos projetos de revisão da legislação que visam à legalização do aborto em nosso país.

 O que você recomendaria, ou acha que deveria ser feito perante os seguintes cinco casos de gravidez?


1. O pai é asmático, a mãe está tuberculosa. Têm quatro filhos. O primeiro é cego, o segundo é surdo, o terceiro morreu e o quarto tem tuberculose. A mãe está grávida de novo.
Você recomendaria o aborto nesta situação?

2. Um homem branco viola uma menina negra de 13 anos e esta ficou grávida. Se você fosse o pai desta jovem.
Você recomendaria o aborto?

3. Uma senhora está grávida; já tem muitos filhos, dois deles morreram, o seu esposo está na guerra e a ela resta-lhe pouco tempo de vida.
Você recomendaria o aborto a esta senhora?

4. Um pastor e a sua esposa enfrentam problemas econômicos muito fortes, já têm 14 filhos, são realmente pobres. Considerando a sua extrema indigência.
Você recomendaria à esposa desse pastor que abortasse o seu décimo quinto filho?

5. Uma jovem está grávida; não está casada e o seu noivo não é o pai do bebê que está esperando.
Você recomendaria que ela abortasse?

 

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