domingo, 24 de junho de 2012

AUTOESTIMA E AUTOSUPERAÇÃO ANTE A LEI DA REENCARNAÇÃO






                                                                                           
                                   

A autoestima – definida como a “aceitação que o indivíduo tem de si mesmo” – é um conjunto de crenças que alimentamos em relação a nós mesmos, influenciando, consideravelmente, a maneira de nos percebermos interna e externamente. Representa, assim, algo de importância capital em nossa vida, porque essa percepção particular, que tanto pode ser positiva como negativa, tende a nos conduzir a muitas vitórias ou a vários fracassos e derrotas.
         Entretanto, em várias situações, podemos constatar que esse ponto de vista que cada um tem de si, nem sempre, corresponde à realidade. Como exemplo, temos o complexo de inferioridade que se manifesta em certos jovens. Alguns deles alimentam uma autodesvalorização tão intensa, sentindo-se feios ou inferiores, em virtude de características que não aceitam em si mesmos: um sinal, estatura, cabelo, forma física, temperamento. Com isso, admiram artistas, sonham com os cabelos, nariz, forma física e carisma dos outros, sem conseguirem perceber que também possuem suas próprias qualidades, inteligência e beleza.
         No aspecto físico, a pessoa com baixa auto estima tende a ter uma aparência desleixada, postura curvada, olhar sem brilho e para baixo, obesidade, voz vacilante, falta de higiene etc. Psicologicamente, ela pode ser medrosa, insegura, impaciente, ansiosa, ingênua, tímida, envergonhada, bem como apresentar dificuldades em seus relacionamentos, não conseguir fazer-se respeitar pelos outros e possuir os mais variados tipos de compulsões: bebida, comida, sexo, trabalho...
         A baixa autoestima provém de vários fatores. Em se tratando apenas da presente existência, na maioria dos casos, é decorrente de um deficiente desenvolvimento psicológico, na infância e na adolescência.
         A Doutrina Espírita, porém, ensina que todos os espíritos, em decorrência das encarnações anteriores, quando nascem, já trazem sua própria bagagem espiritual, cujo conteúdo é variável para cada um deles. Aqueles que vivenciaram situações difíceis e traumatizantes, por certo, serão as crianças e os jovens com problemas mais complexos a serem resolvidos, requisitando, dos pais, maior cota de paciência, compreensão e conhecimentos. E, infelizmente, nem sempre estes conseguem perceber, em tempo hábil, a melhor maneira de orientar o reequilíbrio mental e emocional de seus filhos. Outros espíritos, por possuírem uma bagagem existencial mais amena, não apresentam tantas dificuldades íntimas, e, com isso, conseguem sustentar sua autoestima em nível mais elevado. 
         Mas ainda é bastante grande a resistência por parte das pessoas quanto à conscientização dos problemas psicológicos que, porventura, carregam. No entanto, tal questão deveria ser tratada, e resolvida, com a maior naturalidade. Vamos com facilidade a um médico quando estamos doentes fisicamente, porém, em nossas dificuldades íntimas, tendemos a menosprezar, por orgulho ou falta de percepção, a ajuda que um profissional especializado pode nos proporcionar nesse sentido.
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            Harley Lane, um menino inglês de 4 anos, teve uma meningite e foi desenganado pelos médicos. Sofreu uma septicemia,  uma infecção que ocorre no sangue causada pela proliferação de bactérias e toxinas,  conhecida também como sangue envenenado. Essa infecção danifica os tecidos do organismo e diminui a pressão arterial, provocando o fechamento de veias, interferindo na circulação sanguínea.  Harley precisou amputar os braços e as pernas e pouco tempo depois, utilizando  próteses e uma cadeira de rodas, voltou à escola e se tornou o garoto mais popular da classe, devido ao seu esforço de superação em um corpo físico completamente mutilado. Atualmente, é amparado por um assistente de ensino para ajudá-lo na higienização, prevenindo assim novas infecções.
            Jessica Cox, uma americana nascida sem os braços, por conta de uma enfermidade congênita, vem ganhando popularidade nos Estados Unidos como exemplo de superação. Ela se tornou a primeira pessoa a conduzir uma aeronave somente com os pés e conseguiu um brevê de piloto. Cox não se entrega aos limites físicos e não se prende ao “não posso”, costuma dizer ante os desafios “ainda não consegui”. Sob esse raciocínio, acredita que quando na limitação física não se pode fazer algo, mas pode-se buscar meios de superação a fim de vencer, quebrar limites, expandir, ampliar horizontes, levando a barreira limite para mais distante do ponto anterior.
            A maior conquista de Jessica é a auto-estima e elevado grau de auto-aceitação, o que dá a ela esses talentos. Em suas palestras, Jessica procura mostrar às outras pessoas que a autoconfiança é a principal arma para superar as adversidades. Há muitas pessoas ditas “normais” que sofrem de uma deficiência real – a falta de confiança em si mesmas, eis aí os verdadeiros aleijões humanos. Outro caso  de superação é de Flávia Cristiane Fuga e Silva, uma brasileira de 26 anos, portadora de paralisia cerebral, que recebeu sua carteira de advogada, após cinco anos de faculdade e três exames da OAB-SP. Flávia praticamente não fala e se locomove com o auxílio de uma cadeira de rodas. Foi aprovada no exame 133, realizado em agosto de 2007, em que 84,1% dos 17.871 candidatos foram reprovados.
            Muitos paralíticos, surdos, mudos e cegos, sob essa égide valorativa de "eficiência", são considerados "deficientes", isto é, aqueles cuja "eficiência" é falha, é  insuficiente, e não tem como ser vencida, superada. Entendendo que o limitado físico não sofre de falta de "eficiência", por essa razão postulamos que os “deficientes” não são deficientes, apenas estão temporariamente restritos para fazerem uma ou outra coisa.
            Os preceitos espíritas nos remetem a entender que somos sempre  herdeiros de nós mesmos, motivo pelo qual é importante que nos esforcemos, a fim de crescermos emocionalmente, amadurecendo conceitos e reflexões, aspirações e programas reencarnatórias, cuja materialização nos submetemos. É importante reconhecermos as próprias dificuldades e esforçar-nos para vencê-las, evitando a queixa a fim de  não deprimir o entusiasmo de viver, levando-nos a estados depressivos. Não devemos nos deter na auto compaixão piegas e inútil, precisamos nos motivarmos para crescer e alcançarmos os patamares psicológicos mais elevados de auto  superação.
            É bem verdade que há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício. As vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente, provas com relação ao futuro a fim de  depurar-nos e elevar-nos, se as suportamos resignados e sem auto piedades. A paralisia, o câncer, a epilepsia, a cegueira, a mudez, a idiotia, a surdez, a hanseníase, o diabete, o pênfigo foliáceo, a loucura e todo o conjunto das patologias de etiologias obscuras e quase incuráveis significam sanções instituídas pelo Criador da vida, portas a dentro da Justiça Universal, atendendo-nos aos próprios pedidos, para que não venhamos a perder as glórias eternas do espírito a troco de lamentáveis ilusões humanas.
            Necessitamos mais do que nunca hoje, mudar os nossos valores e crenças, para que possamos mudar a nossa realidade e, automaticamente, melhorar nossa auto-estima. A mudança de valores ao contrário do que parece, não é tão difícil; porém, requer muita disponibilidade e vontade de melhorar e o principal, não depende de condição financeira, pois é um mecanismo interno.
            Para que possamos ter uma auto-estima positiva, necessitamos primeiramente conhecer a nós mesmos, termos contato com os nossos defeitos e principalmente, querer melhorá-los; para isso, precisamos ter em vista que os nossos defeitos não são aqueles que nos incomodam e sim, o que incomoda os outros. É importante salientar que, como seres humanos, não temos somente defeitos, mas também possuímos muitas qualidades, as quais devemos valorizar em nós mesmos, pois quando valorizamos aquilo que sabemos fazer bem, é o primeiro passo para a melhora da auto-estima.
            Nossa auto-estima deve ser cultivada no nosso cotidiano, através do pensamento positivo e da crença de que o amanhã será melhor, trazendo nova luz para que os problemas possam ser resolvidos. Para isso, devemos nos valer da verdade de que por pior que seja o nosso problema, Deus não nos desampara, ou seja, sempre coloca uma luz em nosso caminho. Essa luz pode ser um filho, que nos faz ver que vale a pena continuar lutando, ou um vizinho que vem nos oferecer ajuda de uma coisa que estamos precisando, ou até de um amigo ou parente que de repente aparece para saber como estamos.
            É sempre importante lutar para conseguirmos melhorar nossa situação, mesmo que às vezes nos achemos impotentes e fracos; nesse momento devemos olhar para trás para vermos que existem problemas piores que os nossos; basta ver, por exemplo, a situação dos países em guerra, onde você pode a qualquer momento, ser alvo de algum ataque, não tendo nenhum minuto de paz.
            Nunca devemos culpar as pessoas pelos nossos problemas; devemos nos responsabilizar por eles e pensar em como podemos superá-los, procurando quem possa nos ajudar a melhorar nossas condições, ou seja, nos aperfeiçoar. Nunca devemos perder nenhuma oportunidade de aperfeiçoamento profissional e pessoal.
            Sempre devemos lembrar que todos nós temos um campo energético em que refletimos o que estamos sentindo sem precisar dizer nada; nesse sentido, se temos um pensamento positivo e de respeito em relação a nós mesmos, automaticamente nosso campo energético emite ondas positivas, exigindo por assim dizer, o respeito das pessoas; por outro lado, se emitimos ondas de negativismo e desrespeito de nós mesmos, permitimos que as pessoas nos desrespeitem, abusem e nos explorem, agindo como se isso fosse o mais natural a fazer pois inconscientemente, é o que estamos transmitindo.
            Lembremos sempre que as pessoas vão nos avaliar de acordo com a avaliação que fazemos de nós mesmos, portanto, somos aquilo que acreditamos ser, e se não estamos satisfeitos com o que somos, devemos nos reprogramar para que melhoremos nossas condições internas.
            Diante dos desafios do viver na Terra, devemos trilhar pelo caminho da  autosuperação sob os influxos tenazes da autoconfiança. Esse estado de espírito resulta das conquistas contínuas que demonstram o valor de que se é portador, produzindo imensa alegria íntima, e esta se transforma em saúde emocional, com a subseqüente superação dos conflitos remanescentes das experiências de vidas pregressas.

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