sábado, 30 de junho de 2012

A importância do conhecimento contido em O Livro dos Espíritos



Contendo os Princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade (segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec.)
     Com este livro surgiu no mundo o Espiritismo. Sua primeira edição foi lançada a 18 de abril de 1857, em Paris, pelo editor E. Dentu, estabelecido no Palais Royal, Galérie d'Orleans, 13. Três novidades, à maneira das tríades druídicas, apareciam com este livro; a DOUTRINA ESPÍRITA e a palavra ESPIRITISMO, que a designava; o nome ALLAN KARDEC, que provinha do passado celta das Gálias.
     A primeira novidade era apresentada como antiga, em virtude de representar a eterna realidade espiritual, servindo de fundamento a todas as religiões de todos os tempos: a Doutrina Espírita. Era, entretanto, a primeira vez que aparecia na sua inteireza, graças à revelação do Espírito da Verdade prometida pelo Cristo. A segunda, a palavra Espiritismo, era um neologismo criado por Kardec e desde aquele momento integrado na língua francesa e nos demais idiomas do mundo. A terceira representava a ressurreição do nome de um sacerdote druída desconhecido.
     A maneira por que o livro fora escrito era também inteiramente nova. O prof. Denizard Hippolyte Léon Rivail fizera as perguntas que eram respondidas pelos Espíritos, sob a direção do Espírito da Verdade, através da cestinha-de-bico. Psicografia indireta. Os médiuns, duas meninas, Caroline Baudin, de 16 anos e, Julie Baudin, de 14, colocavam as mãos nas bordas da cesta e o lápis (o bico) escrevia numa lousa. Pelo mesmo processo o livro foi revisado pelo Espírito da Verdade através de outra menina, a srta. Japhet. Outros médiuns foram posteriormente consultados e Kardec informa, em Obras Póstumas: "Foi dessa maneira que mais de dez médiuns prestaram concurso a esse trabalho".
     Este livro é portanto, o resultado de um trabalho coletivo e conjugado entre o Céu e a Terra. O prof. Denizard não o publicou com o seu nome ilustre de pedagogo e cientista, mas com o nome obscuro de Allan Kardec, que havia tido entre os druídas, na encarnação em que se preparara ativamente para a missão espírita. O nome obscuro suplantou o nome ilustre, pois representava na Terra a Falange do Consolador. Esta Falange se constituía dos Espíritos Reveladores, sob a orientação do Espírito da Verdade e, dos pioneiros encarnados, com Allan Kardec à frente.
     A 16 de março de 1860 foi publicada a segunda edição deste livro, inteiramente revisto, reestruturado e aumentado por Kardec sob orientação do Espírito da Verdade, que desde a elaboração da primeira edição já o avisara de que nem tudo podia ser feito naquela.
     Assim, a primeira edição foi o primeiro impacto da Doutrina Espírita no mundo, preparando ambiente para a segunda que a completaria. Toda a Doutrina está contida neste livro, de forma sintética e, foi posteriormente desenvolvida nos demais volumes da Codificação.
     Escrito na forma dialogada da Filosofia Clássica, em linguagem clara e simples, para divulgação popular, este livro é um verdadeiro tratado filosófico que começa pela Metafísica, desenvolvendo em novas perspectivas a Ontologia, a Sociologia, a Psicologia, a Ética e, estabelecendo as ligações históricas de todas as fases da evolução humana em seus aspectos biológico, psíquico, social e espiritual. Um livro para ser estudado e meditado, com o auxílio dos demais volumes da Codificação.

O Livro dos Espíritos

A cada 18 de abril, os espíritas recordam o ano de 1857 quando se deu o lançamento de O Livro dos Espíritos, a obra basilar do Espiritismo.
            Mais tarde, ele seria complementado pelo Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese, formando o Pentateuco espírita.
            O primeiro Livro dos Espíritos, com duas colunas e cerca de 500 questões, foi revisado e ampliado e no lançamento da segunda edição, em 18 de março de 1860, saiu no formato atual com 1019 questões.
O Espiritismo ganhava um corpo de doutrina por meio da codificação sistematizada em O Livro dos Espíritos pelo professor francês Rivail que adotou o pseudônimo de Allan Kardec, desconhecido do público, a fim de que a obra fosse lida sem prévio julgamento, já que ele, professor Rivail, era nome conceituado entre os franceses, inclusive no mundo das letras.
            Servindo-se de médiuns crianças de 14 a 17 anos, ele organizou e revisou toda a obra que havia sido iniciada por amigos que lhe forneceram uma coleção de perguntas e respostas obtidas nas reuniões das conhecidas mesas girantes que eram um divertimento para a sociedade parisiense da época.
            Posteriormente, ele mesmo fez perguntas e incluiu no livro alguns comentários pessoais. Não deixou de inserir no início da obra um longo e bem elaborado prefácio que os espíritas devem ler atentamente para conhecer melhor o senso lógico do codificador o que nos dá ainda mais confiança na Doutrina Espírita.
            Preocupado com a repercussão do livro entre o povo, foi às ruas, fez pequenas viagens pelo interior da França e Bélgica e constatou que as pessoas que o leram estavam mais corajosas. Passaram a ver o mundo de maneira diferente e as dificuldades passavam a ser aceitas com mais esperança.
            Como curiosidade, damos abaixo o relato do editor do Courrier de Paris, logo em junho de 1857 após ler a primeira edição de O Livro dos Espíritos:
            O jornal informa que havia sido publicada obra deveras notável, até mesmo curiosa, se não houvesse nela coisas interessantes que não poderiam ser consideradas banais: “O Livro dos Espíritos”, escreve, “é página nova no próprio grande livro do infinito e, estamos persuadidos, uma marca será posta nessa página”
            Declara o editor, sr. Du Chalard, que não conhece o autor, mas que alguém que escreveu tal prefácio deve ter a alma aberta a todos os sentimentos nobres. Afirma, ainda, que jamais fez qualquer estudo sobre fenômenos sobrenaturais, embora, vez que outra, se perguntasse o que haveria nas regiões onde se convencionou chamar “O Alto”.
            O jornalista, impressionado com a obra, não tem dúvida em recomendá-la. “A todos os deserdados da Terra, a todos quantos marcham e que nas suas quedas regam com lágrimas o pó das estradas, diremos: Lede O Livro dos Espíritos; ele vos tornará mais fortes. Também aos felizes, que pelos caminhos só encontram aclamações e os sorrisos da fortuna, diremos: Estudai O Livro dos Espíritos e ele vos tornará melhores”.
            Menciona que o trabalho é da autoria dos Espíritos, fala das sublimes respostas, mas enaltece as perguntas que as provocaram. Desafia os mais incrédulos a rirem quando lerem o livro em silêncio e solidão.
            Após o comentário, propõe: “O senhor é homem de estudo e têm aquela boa fé que apenas necessita instruir-se? Então leia o Livro Primeiro, que fala sobre a Doutrina Espírita. É dos que se ocupam apenas consigo mesmo e nada enxergam além dos próprios interesses? Leia as Leis Morais. Todos os que têm pensamentos nobres de coração, leiam o livro da primeira à última página. Aos que encontrarem matéria para zombaria, o nosso lamento”.
            No título, dissemos tratar-se de uma homenagem profética. Naquele instante, o jornalista vislumbrou a estrada de luz que se abria com as revelações e só alguém igualmente com grande sensibilidade poderia perceber a conotação divina que o livro apresentava.
            Entre os espíritas, mesmo já tendo convivido com tais notícias há quase  cento e cinqüenta anos, encontramos poucos com as convicções do editor francês que, de pronto, percebeu a chegada do Consolador.
            O Livro dos Espíritos tem uma importância excepcional por ser uma revelação de iniciativa do Plano Superior, com a finalidade de facilitar e orientar o progresso humano. Afinal, para vivermos em equilíbrio, precisamos de respostas.
            O Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec, foi a primeira obra da codificação, onde se encontram os princípios fundamentais do espiritismo. Seu conteúdo é apresentado em quatro parte: As causas primárias; Mundo espírita ou dos espíritos; Leis morais; Esperanças e consolações.
            Nos ensinamentos contidos em O Livro dos Espíritos, que é um manual de conduta para a vida, encontramos recursos para que se compreenda, sem mistérios, as leis de causa e efeito, a reencarnação, a evolução do espírito, as ocupações e missões dos espíritos, entre tantas outras respostas embasadas sempre pela ciência, filosofia e religião.
            Como recado final, propomos aos espíritas que leiam mais O Livro dos Espíritos. Independente da pesquisa individual, sugerimos o estudo conjunto e permanente dessa obra, porque à medida que a estudamos mais faz sentido em nossas mentes, trazendo alento aos nossos corações. Essa é uma reunião de estudo que não pode faltar em nenhuma casa espírita. 
            Um dia chegará em que o mundo será divido, a exemplo de Jesus Cristo, em dois períodos absolutamente distintos: Antes e Depois do Espiritismo. Precisamos ajudar a popularizar a doutrina. Só ela acabará com abortos, eutanásias, crimes, seqüestros, vícios, porque só por meio dela o homem compreenderá que é o herdeiro de suas próprias ações, pelas quais sempre terá de responder, cedo ou tarde.
            Agradecemos ao nosso Allan Kardec por nos doar, com tanta firmeza e desprendimento, o tesouro que os espíritos nos ofertaram. Deus o abençoe!


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